“Acho que a igreja está com um problema na Nicarágua, tem padre, tem bispo que estão presos. E a única coisa que a igreja quer é que a Nicarágua libere o bispo para vir para a Itália”, disse o presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva em coletiva de imprensa, ontem (22), em Roma, na Itália, um dia depois de sua audiência com o papa Francisco.

Lula se referia ao bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, condenado a 26 anos e 4 meses de prisão por “traição à pátria” por suas críticas ao governo da Nicarágua.

“Eu pretendo falar com Daniel Ortega a respeito, sabe, de liberar o bispo. Não tem porque o bispo ficar impedido de exercer a sua função na igreja, não existe essa possibilidade. Então, eu vou tentar ajudar”, disse Lula sem dizer se conversou sobre o tema com Francisco.

“É um trabalho de convencimento”, disse Lula. “E eu tenho muita paciência, eu sou muito tolerante nas conversas, eu vou tentar ajudar”.

Daniel Ortega, o presidente da Nicarágua, é um ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma 30 anos no poder.

Desde 2018, quando padres e bispos apoiaram as manifestações populares contra as más condições de vida no país, Ortega persegue a Igreja.

O governo de Ortega já prendeu vários religiosos, fechou emissoras católicas no país, expulsou o núncio apostólico da Santa Sé na Nicarágua, dom Waldemar Stanisław Sommertag, as Missionárias da Caridade, ordem fundada por santa Teresa de Calcutá e dissolveu a Cáritas Nicarágua, organização de ajuda solidária da igreja católica que auja os mais necessitados do país.

 

 

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