A Conferência Episcopal Boliviana (CEB) emitiu um comunicado em referência à carta que o papa Francisco enviou ao presidente do país, Luis Arce, por causa do escândalo de abusos cometidos por padres católicos.

Na sexta-feira (16), foi divulgada uma carta datada de 31 de maio, na qual o papa Francisco manifesta ao presidente "sentimentos de vergonha e consternação" em nome da Igreja pelos abusos contra menores cometidos por clérigos na Bolívia.

Por meio da Comissão Nacional de Comunicação, a CEB diz que as palavras do papa são “uma imensa consolação para os fiéis católicos na Bolívia”.

A carta chega "nas circunstâncias dolorosas pelas quais a Igreja está passando por causa daqueles que 'traíram sua missão como pais, pastores e educadores' prejudicaram pessoas vulneráveis", diz a CEB. Esta situação “se agrava pela 'negligência daqueles que deveriam ter vigiado' e impedido que ações tão nefastas pudesse ocorrer”, como também deveriam ter agido de forma imediata para “remediar os casos que já aconteceram”.

A CEB reitera as medidas tomadas pela Igreja na Bolívia de reparar as injustiças por meio da atenção às vítimas, e prevenção.

Para isso, a Conferência Episcopal apresentou há poucos dias quatro novas Comissões Nacionais, que trabalham com as diversas dioceses e congregações religiosas do país.

Na carta, a CEB fala da importância da Comissão de Escuta, à qual esperam que "toda pessoa que tenha sofrido abuso por parte de ministros sagrados" ou qualquer outra pessoa ligada à Igreja, e também em outros espaços, "possa recorrer com confiança".

Segundo a carta, lá serão ouvidos e atendidos com profissionalismo, cordialidade e discrição.

A CEB também fala das Comissões de Prevenção e Formação, Investigação e Comunicação. Esta última se encarregará da divulgação responsável e transparente dos trabalhos das demais Comissões.

O foco será garantir que as pessoas não sofram revitimização e que a presunção de inocência não seja violada.

A Conferência Episcopal Boliviana se une ao papa para manifestar “total disponibilidade da Igreja para trabalhar junto com o Governo” e reitera que os processos feitos pela Igreja em casos de crimes cometidos por eclesiásticos não substituem nem pretendem pôr de lado a Justiça Civil. Essa disponibilidade “é uma realidade com a qual estamos comprometidos”.

A Conferência pede a união de esforços de ambas as esferas para alcançar o objetivo comum: “Superar o flagelo dos abusos sexuais”.

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