Mães espirituais rezam pela santificação dos sacerdotes

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrada hoje (16), coincide com o Dia Mundial de Oração pela santificação dos sacerdotes. Para celebrar dignamente o apostolado Mães de Sacerdotes se preparou através de uma novena que contou com a participação de todas as voluntárias.

O apostolado, fundado em 2021 pelo padre Fábio Vanderlei, IVE, reúne mulheres católicas de todas as idades, estados de vida e carismas, para rezar e oferecer seus afazeres diários pela santificação dos sacerdotes. Elas assumem o compromisso de adotar espiritualmente seminaristas, padres e bispos, para ajudá-los, através de suas orações e sacrifícios.

A novena foi preparada com uma seleção de textos retirados do Diário Íntimo, da venerável madre Luísa Margarida Claret de la Touche, fundadora da obra do Amor Infinito, que recebeu a missão do Coração de Jesus de rezar pelos sacerdotes.

Segundo Maria Isabeli Barros, uma das mães espirituais, o modelo das voluntárias é Nossa Senhora, "pois ela é Mãe do Sumo e Eterno Sacerdote, Nosso Senhor Jesus Cristo".

O padre Fábio Vanderlei disse à ACI Digital que o apostolado segue as orientações do documento “Adoração Eucarística para a santificação dos sacerdotes e a maternidade espiritual”, publicado em 2007 pelo então prefeito da Congregação para o Clero, o cardeal Claúdio Hummes, OFM, que afirma que “A vocação de vir a ser mãe espiritual para os sacerdotes é muito pouco conhecida, insuficientemente compreendida e, portanto, pouco vivida, apesar de sua vital e fundamental importância. Essa vocação, muitas vezes, está escondida, invisível ao olho humano, mas voltada a transmitir vida espiritual. Disto tinha certeza o Papa João Paulo II, razão pela qual ele quis um mosteiro de clausura no Vaticano, onde pudesse rezar pelas suas intenções como Sumo Pontífice”.

O sacerdote conta que toda mulher católica de oração é convidada a fazer parte do apostolado. Após o primeiro contato, seja através de convite pessoal ou pela internet, a interessada passa por uma entrevista sobre a missão do apostolado e sua vontade de pertencer a ele. Em seguida, ela é inserida no grupo de sua paróquia, cidade ou diocese. Comumente, é convidada, na medida do possível, a se reunir presencialmente uma vez ao mês, também a participar das 40 horas de oração pelos sacerdotes, que ocorrem da primeira quinta-feira ao primeiro sábado de cada mês, e finalmente a assistir a uma breve palestra virtual às quartas-feiras à noite, para se aprofundarem no conhecimento e vivência da maternidade espiritual. A partir daí segue-se um processo de experiência até assumir a adoção espiritual de sacerdotes.

“A existência dos sacerdotes afeta diretamente um dos fundamentos da Igreja de Cristo, que é a sua apostolicidade, pois a Igreja Católica é a Igreja Apostólica”, diz o padre Fábio Vanderlei. “Temos certeza de pertencer à Igreja verdadeira pela sucessão apostólica”. Segundo o padre, “a ação sacramental da Igreja e a salvação das almas passam ordinariamente pelas mãos dos sacerdotes. Sem padre não temos confissão nem Eucaristia, e sem Eucaristia não temos a Igreja”

“Por isso mesmo, a eucaristia e os sacerdotes são alvos prioritários da ação diabólica”, diz o padre. “O inimigo da nossa salvação quer que a Eucaristia não seja adorada, mas sim mudada de sentido, desconhecida e maltratada”.

“Da mesma forma, trabalha eficazmente para que os sacerdotes sejam malformados, mundanos e sem fé nas verdades ensinadas por Cristo. Sem fé na sua vocação e no seu ministério, o sacerdote acabará sofrendo uma grave crise de identidade, tornando-se um estranho para si mesmo e para os fiéis, que esperam ver nele o sobrenatural. Tudo isso afeta diretamente o seu apostolado, fazendo com que muitas almas sofram nesta vida e na outra. Daí a urgente e grave necessidade de rezar pelos sacerdotes”, diz o padre.

Isabeli também conta que entre os principais desafios enfrentados pelo apostolado, está o de trabalhar com eficácia para que essa vocação tão importante e pouco conhecida se torne ainda mais acessível às mulheres.

Maria também relembra que Cristo teve forças para recomendar Maria como mãe espiritual do apóstolo João e da Igreja: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe” (João 19,25-27). "Sendo São João um dos primeiros bispos da Igreja, carregamos esse mistério como modelo", acrescenta Maria Isabeli.