“Viemos para celebrar nossa querida conterrânea, mulher exemplar para a vida da igreja” e “estaremos levando para nossa diocese e de modo especial para a paróquia de Santo Antônio e Bem-Aventurada Nhá Chica, lá no Rio das Mortes, uma relíquia de primeiro grau da nossa beata Nhá Chica” , disse bispo de São João Del-Rei, dom José Eudes Campos do Nascimento hoje (14), em missa solene em memória à beata Nhá Chica, no santuário de Nossa Senhora da Conceição da beata Nhá Chica, em Baependi (MG), cidade onde a beata viveu.

Dom José Eudes Campos agradeceu ao bispo da diocese da Campanha (MG), dom Pedro Cunha Cruz, e ao pároco e reitor do santuário de Nossa Senhora da Conceição da beata Nhá Chica, padre Edson Oliveira Penha pela doação da relíquia: parte dos ossos da beata que ficarão expostos na paróquia Santo Antônio e Bem-Aventurada Nhá Chica, em Rio das Mortes (MG), local onde Nhá Chica foi batizada.

“Nhá Chica, mesmo sendo analfabeta, era muito dedicada a Palavra de Deus”, disse em sua homilia o bispo de São João Del-Rei. Ela “ouvia as leituras com atenção, meditava, se emociona e não se esquecia da Palavra de Deus”.

Após a missa a relíquia seguirá em peregrinação até Rio das Mortes, cidade natal da beata. A previsão da chegada é às 15h. A partir das 16h, o bispo de São João Del-Rei celebrará uma missa campal de entronização da relíquia de Nhá Chica, em frente a paróquia de Santo Antônio e Bem-Aventurada Nhá Chica.

A memória de Nhá Chica que é celebrada hoje (14) na igreja católica também é festejada de maneira especial, em toda a diocese de São João Del-Rei (MG), município onde a beata nasceu como “memória litúrgica obrigatória”, segundo decreto diocesano publicado em 20 de maio de 2013, por dom Célio de Oliveira Goulart.

Francisca de Paula de Jesus, conhecida como beata Nhá Chica nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João Del-Rei (MG) e foi batizada em 1810, na igreja Santo Antônio. Ainda criança foi morar em Baependi (MG) e era devota de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e nada, nada fazia sem primeiro consultá-la. Chamava Nossa Senhora de "Minha Sinhá" que significa: "Minha Senhora”.

Ela era analfabeta e tinha o desejo de ler a Palavra de Deus, mas se contentava com pessoas que liam para ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra construiu ao lado de sua casa uma igrejinha, onde venerava a Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe. Até hoje essa Imagem permanece na sala da casa onde viveu.

Em Baependi, durante sua juventude era procurada para dar conselhos e fazer orações Muitas pessoas não tomavam decisões sem primeiro consultá-la e para muitos era considerada uma "santa”. E com esta fama, muitos peregrinavam para pedir conselhos e orações e a todos ela ouvia com paciência e dedicação, somente nas sextas feiras que não atendia a ninguém, pois se dedicava ainda mais à oração e à penitência.

Nhá Chica morreu aos 87 anos, no dia 14 de junho de 1895 e foi sepultada no dia 18 de junho, no interior da igrejinha que ela construiu. Algumas pessoas relatam que durante os quatro dias de seu velório sentiam exalar do seu corpo um misterioso perfume de rosas. Este odor também foi sentido no dia do seu sepultamento e depois 103 anos na exumação do seu corpo, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica. Em 1991, Nhá Chica recebeu o título de “Serva de Deus”. E foi beatificada no dia 4 de maio de 2013 em Baependi (MG), pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o cardeal Angelo Amato, que anunciou que a festa litúrgica em memória de Nhá Chica seria dia 14 de junho.

 

 

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