O Brasil não aderiu a uma carta assinada por 55 países condenando o regime de Daniel Ortega na Nicarágua. A carta foi aprovada em uma reunião no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) na sexta-feira (3) e contou com a adesão de governos de esquerda da América Latina como Chile e a Colômbia, além de potências como EUA, Reino Unido e Alemanha.

Ortega, um ex-guerrilheiro de esquerda que acumula 29 anos no poder na Nicarágua, vem aumentando a perseguição à Igreja desde 2018, quando bispos e padres apoiaram as manifestações de protesto contra o governo nicaraguense por causa das más condições de vida.

O bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, foi condenado a 26 anos de prisão, em 10 de fevereiro deste ano, por “conspiração para minar a integridade nacional e propagação de falsas notícias através das tecnologias da informação e da comunicação em detrimento do Estado e da sociedade nicaraguense”.

Ordens religiosas como as Missionárias da Caridade fundadas por santa madre Teresa de Calcutá foram expulsas do país. Vários meios de comunicação católicos foram fechados e há padres presos e exilados.

 

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o governo brasileiro chegou a fazer parte da negociação do texto final, sugerindo uma nova linguagem que mantivesse espaço para um diálogo com o governo da Nicarágua. A proposta foi rejeitada e o governo optou por não aderir a carta.

O Partido dos Trabalhadores, fundado em 1982, é um aliado próximo da frente Sandinista de Libertação Nacional, que tomou o poder na Nicarágua em 1979 já sob a chefia de Daniel Ortega.

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