A Delegação Independente das Antilhas dos Missionários Claretianos informou que na terça-feira (7) um de seus padres, Antoine Macaire Christian Noah, foi sequestrado quando se dirigia para a comunidade missionária em Kazal, cerca de 34 quilômetros ao norte de Porto Príncipe, capital do Haiti.

Os sequestradores entraram em contato com “o superior de sua comunidade missionária pedindo dinheiro em troca de sua libertação”, segundo um comunicado dos claretianos publicado no Facebook.

Padre Antoine é originário de Camarões e há um ano é vigário paroquial na paróquia de São Miguel Arcanjo, em Kazal.

“Pedimos a todos que se unam em oração para que o padre Antoine seja libertado são e salvo”, conclui o texto assinado pelo superior-mor da Delegação das Antilhas, padre Fausto Cruz Rosa.

Violência no Haiti

Em dezembro de 2022, um padre camiliano denunciou que atualmente são as gangues armadas que mandam no país, os mesmos que atacam escolas e hospitais católicos.

Uma violência "sem precedentes" está se espalhando por todo o Haiti, disse o padre Antonio Menegón à agência Fides, serviço de notícias das Pontifícias Obras Missionárias.

O padre disse que esta situação gera “insegurança, medo, fome e desespero e, para completar, voltou a emergência da cólera, que mata sobretudo as crianças”.

Menegón disse que “as gangues armadas que governam o país estão cada vez mais agressivas e agora mandam em tudo. Os preços dos bens primários, como alimentos, combustíveis e remédios, mais do que triplicaram”.

“Jovens violentos destruíram, saquearam e queimaram depósitos de combustível, bem como supermercados, igrejas, depósitos de alimentos da Caritas e outras organizações humanitárias internacionais. Os hospitais, um atrás do outro, estão fechando por falta de combustível, energia elétrica, alimentos e remédios”, lamentou.

O Haiti está sem presidente desde julho de 2021, quando o presidente Jovenel Moïse foi morto. Desde então, não houve novas eleições. A luta pelo poder aguçou a violência.

O terremoto de agosto de 2021 apenas agravou ainda mais a situação dos haitianos.

Segundo o Banco Mundial, o Haiti é "o país mais pobre da América Latina e do Caribe e um dos países mais pobres do mundo".

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