O bispo de San Francisco, Argentina, dom Sergio Osvaldo Buenanueva, fez um chamado a “cuidar da liberdade religiosa”, constatando o crescimento da violência contra os cristãos no mundo.

Nos dois países que o papa visitará em sua primeira viagem de 2023, há “situações de extrema violência, também de características religiosas”, disse o bispo.

Dom Buenanueva citou ainda a Nigéria, que “apresenta as tristes estatísticas de um aumento exponencial da perseguição de pessoas por sua filiação religiosa”.

"A violência contra os cristãos tem aumentado nos últimos anos", disse. “No último domingo, 15 de janeiro, o padre Isaac Achi foi queimado vivo por assaltantes que incendiaram sua casa. Nesse mesmo dia, no Congo, um atentado matou cerca de vinte cristãos pentecostais que celebravam o culto dominical”.

“A geografia da violência religiosa transborda do continente africano”, disse o bispo. “A China comunista e a Coreia do Norte aprimoram sua legislação restritiva sobre a liberdade religiosa de seus cidadãos. Aqui, na América Latina, a Nicarágua é um caso preocupante”.

Segundo o último relatório da organização Portas Abertas sobre a liberdade religiosa no mundo, hoje mais de 360 ​​milhões de cristãos sofrem altos níveis de perseguição e discriminação por sua fé.

Em 1993, os cristãos enfrentaram níveis altos a extremos de perseguição em 40 países. Trinta anos depois, o número é quase o dobro: 76 países.

Somente nos 50 primeiros países, 312 milhões de cristãos sofrem atualmente níveis muito altos ou extremos de perseguição.

Um em cada sete cristãos no mundo experimenta altos níveis de perseguição ou discriminação.

Na África, o número sobe para um em cinco, na Ásia é de dois em cinco e na América Latina diminui, afetando um em 15.

O bispo argentino deu sugestões de como cmobater a violência religiosa. “Antes de tudo, fale sobre isso, divulgar informações confiáveis ​​e, acima de tudo, estar atento às várias formas de discriminação por motivos religiosos que também ocorrem entre nós”, disse.

Sobre a Argentina, disse que “mesmo com algumas situações preocupantes (sobretudo por razões ideológicas e pela irracionalidade dos preconceitos), nosso país continua sendo um modelo de convivência pacífica entre as diversas tradições religiosas”.

“A Igreja Católica continua a ser a maioria, mas com bons vínculos com as outras confissões cristãs, com os judeus e também com o mundo muçulmano”, disse.

“A liberdade religiosa, com direito à vida, a liberdade de consciência e de expressão, faz parte do núcleo duro dos direitos humanos. Cuidamos deles entre todos e para todos, também para aqueles que não são religiosos ou crentes”, disse.

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