O presidente dos EUA, Joe Biden, disse ontem (18) ao Comitê Nacional Democrata que transformar o aborto em direito por meio de uma lei federal é sua maior prioridade e que a Câmara e o Senado precisam ser preenchidos por mais democratas nas eleições parlamentares de 8 de novembro para aprová-lo.

“Nestas eleições de meio de mandato é muito importante eleger mais democratas para o Senado e manter o controle da Câmara dos Deputados. Se fizermos isso, aqui está minha promessa a vocês e ao povo americano: o primeiro projeto de lei que enviarei ao Congresso será para codificar Roe x Wade”, disse Biden, o segundo presidente católico da história dos EUA.

Roe x Wade foi a decisão da Suprema Corte do EUA que, em 1973, que liberou o aborto no país e impediu os Estados ou mesmo o Congresso americano de legislar sobre limitações. A decisão foi derrubada por outro caso julgado na Suprema Corte em junho deste ano.

Biden destacou que "a última palavra não recai na Corte agora" ou "nos republicanos extremistas no Congresso".

“Seu direito de escolha cabe a você, e se você fizer sua parte e votar, os líderes democratas do Congresso, prometo a vocês que faremos nossa parte. Farei minha parte”, disse Biden.

O presidente disse que, se o projeto for aprovado, ele planeja promulgar a norma em janeiro, quando a decisão Roe x Wade completa 50 anos.

Em resposta, Brian Burch, presidente da CatholicVote, disse que "os católicos estão horrorizados com o extremismo do aborto sem precedentes buscado pelo segundo presidente católico do país".

"Enquanto os americanos lutam contra a inflação recorde, o presidente dos EUA não tem nada a oferecer além de uma promessa de expandir o direito de destruir violentamente crianças não nascidas inocentes, até o nascimento e por qualquer motivo", disse Burch.

A promoção do aborto de Biden ocorre logo após a divulgação de pesquisas mostrando que o apoio ao presidente dos EUA e a outros membros conhecidos do Partido Democrata caiu consideravelmente.

As pesquisas nos Estados Unidos também mostram que os eleitores de todos os grupos demográficos estão mais preocupados com a situação econômica.

Jeanne Mancini, presidente da Marcha pela Vida, disse que a tentativa de Biden de influenciar os eleitores não funcionará. “90% dos americanos rejeitam a opinião de Biden de que o aborto pago por impostos deve ser legal até o nascimento por qualquer motivo”, disse.

As proibições ao aborto entraram em vigor em mais de uma dúzia de estados desde que a Suprema Corte revogou em 24 de junho de 2022 a decisão do caso Roe x Wade, que há 49 anos abriu as portas para o aborto legal nos Estados Unidos.

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