Depois de receber uma delegação da Ordem de Malta, o papa Francisco promulgou um decreto em 3 de setembro estabelecendo um novo Conselho Soberano e convocando um Capítulo Geral extraordinário em 2023.

No decreto papal, que entrou em vigor a partir da promulgação, o papa Francisco revogou todos os altos cargos da Ordem e convocou um Capítulo Geral extraordinário a ser realizado em 25 de janeiro de 2023, festa da conversão de são Paulo.

A Ordem Soberana Militar Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, mais conhecida como Ordem de Malta, é uma ordem religiosa católica e leiga fundada em Jerusalém por volta do ano 1050.

Seus 13,5 mil membros são frades, religiosos e leigos dedicados ao exercício da virtude e da caridade cristãs, servindo aos pobres, aos doentes e aos mais desfavorecidos da sociedade.

Hoje a Ordem, que é um sujeito soberano de direito internacional, realiza atividades de ajuda em mais de 120 países e mantém relações diplomáticas com 104 deles, muitos dos quais não são católicos.

De acordo com a Constituição, os membros da Ordem de Malta são divididos em três classes. Os membros devem levar sua vida de forma exemplar, de acordo com os ensinamentos e preceitos da Igreja Católica e dedicar-se às atividades de assistência humanitária da Ordem.

Os membros de Primeira Classe são Cavaleiros da Justiça e Capelães Conventuais Professos, que fizeram votos de "pobreza, castidade e obediência aspirando à perfeição segundo o Evangelho". Eles são religiosos para todos os efeitos do Direito Canônico, mas não são obrigados a viver em comunidade.

Os membros de Segunda Classe, em virtude da Promessa de Obediência, comprometem-se a viver de acordo com os princípios cristãos e os princípios inspiradores da Ordem.

A Terceira Classe é composta por membros leigos que não professam os votos religiosos nem a promessa, mas vivem segundo os princípios da Igreja e da Ordem.

No texto promulgado neste sábado (3), Francisco confirmou todos os poderes atribuídos ao seu delegado especial para a Ordem de Malta, o cardeal Silvano Maria Tomasi, que ficará encarregado de preparar o próximo Capítulo Geral junto com o Conselho Soberano provisório.

Francisco promulgou a “nova Carta Constitucional e o respectivo Código da Ordem Soberana e Militar Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta” ordenando “sua imediata entrada em vigor”.

O Conselho Soberano Provisório será presidido pelo grão-comandante, Fra' Emmanuel Rousseau, o grão-chanceler, Riccardo Paternò di Montecupo, o grão-hospitalário, Fra' Alessandro de Franciscis, e o receptor do tesouro comum, Fabrizio Colonna.

O Conselho Soberano Provisório também terá como membros Fra' Roberto Viazzo, Fra' Richard Wolff, Fra' John Eidinow, Fra' João Augusto Esquivel Freire de Andrade, Fra' Mathieu Dupont, Antonio Zanardi Landi, Michael Grace, Francis Joseph McCarthy e Mariano Hugo Windisch.-Graetz.

O papa disse que a Ordem de Malta "como Ordem religiosa, depende, em suas diversas articulações, da Santa Sé" e acrescentou que "com paternal solicitude e preocupação acompanhei o progresso da Ordem nestes anos, apreciando suas obras nas várias partes do mundo, graças também à generosa contribuição dos Membros e Voluntários”.

Francisco também disse ter constatado “a necessidade de iniciar uma profunda renovação espiritual, moral e institucional de toda a Ordem, especialmente e não apenas dos Membros de Primeira Classe, mas também dos de Segunda Classe”.

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