O arcebispo-mor da Igreja greco-católica ucraniana, Sviatoslav Shevchuk, se opõe a que cruz da via-sacra que o papa Francisco vai rezar no Coliseu de Roma seja carregada conjuntamente por ucranianos e russos em uma das estações.

A sala de imprensa da Santa Sé informou em 11 de abril que a XIII estação da via-sacra celebrada pelo papa Francisco no Coliseu foi escrita por uma família ucraniana e uma família russa. As duas famílias devem carregar juntas uma cruz de madeira durante esta estação no Coliseu, antes de passá-la para uma família de migrantes.

As famílias da Ucrânia e da Rússia meditaram sobre o momento em que “Jesus morre na cruz” dizendo que “a morte está em todos os lados”.

Através de um comunicado divulgado em Roma, Shevchuk disse que “para os greco-católicos ucranianos, os textos e gestos da XIII estação da via-sacra são incompreensíveis e inclusive insultantes, especialmente no contexto do próximo ataque que esperamos, ainda mais sangrento, das tropas russas contra nossas cidades e povoados”.

Segundo o arcebispo-mor há "muitas reações negativas de muitos bispos, padres, monges, freiras e leigos, que estão convencidos de que os gestos de reconciliação entre as nossas nações só serão possíveis quando a guerra acabar e os culpados dos crimes contra a humanidade sejam punidos com justiça”.

A secretaria do arcebispo-mor em Roma também disse que Sviatoslav Shevchuk pediu à Santa Sé que revise o formato depois de "receber muitos pedidos dos fiéis da Igreja e da sociedade civil, tanto na Ucrânia como no exterior", pedindo-lhe "que transmita à Santa Sé a grande indignação e rejeição dos ucranianos em todo o mundo”.

O novo embaixador da Ucrânia junto à Santa Sé, Andrii Yurash, escreveu em seu perfil no Twitter que a embaixada “compartilha a preocupação geral na Ucrânia e em muitas outras comunidades sobre a ideia de reunir ucranianos e russos”.

 

Na mensagem, Yurash disse: "estamos trabalhando no tema tentando explicar as dificuldades de sua realização e as possíveis consequências".

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