Centenas de militantes extremistas hindus destruíram parte da infraestrutura de uma escola católica, espalhando terror entre os alunos que faziam provas.

O colégio católico São José, em Ganj Basoda, no Estado de Madhya Pradesh, Índia, faz parte da diocese siro-malabar de Sagar. A escola foi fundada em 2009 e é dirigida pelos Irmãos Missionários Malabaristas (MMB).

A escola católica tem 1,5 mil alunos de todas as religiões e culturas da Índia. Os cristãos representam menos de 1% do total de alunos.

Fontes locais informaram à Fides, órgão de informação das Obras Missionárias Pontificias, que cerca de 500 militantes extremistas entraram à força na área do colégio e começaram a jogar pedras no edifício. O ataque destruiu janelas e móveis.

As autoridades da escola, professores e alunos, que estavam no prédio no momento do ataque, conseguiram escapar e se proteger do perigoso ataque.

Segundo a FIdes, a violência ocorreu depois que militantes do grupo extremista hindu acusaram a escola de ter promovido a conversão ao cristianismo de oito alunos hindus. A acusação é negada pelo colégio São José.

Em declarações à agência Fides, o diretor da escola, irmão Antony Pynumkal, disse que a acusação é um “pretexto, falso e sem fundamento”.

O religioso disse que na véspera dos acontecimentos, soube pela mídia local sobre a iminente invasão. Ele, então, entrou em contato com a polícia para garantir a segurança da escola, mas nenhuma medida de segurança foi tomada.

O padre Sabu Puthenpurackal, encarregado das comunicações da diocese de Sagar, esclareceu que a Igreja de São José, localizada em Ganj Basoda, organizou "a primeira comunhão de alguns meninos católicos da paróquia no dia 31 de outubro".

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Explicou que na edição de 5 de novembro do boletim mensal diocesano denominado “Sagar Voice”, foi publicada uma foto do grupo de crianças juntamente com o bispo da diocese de Sagar, dom James Athikalam, e o pároco, padre Jose Lee Cyrakkove.

"Esta foto foi mal interpretada como a conversão de crianças hindus por pessoas que dirigem o canal do YouTube ‘Aayudh’, que incitou grupos hindus militantes a agirem contra os cristãos", enfatizou.

A polícia diz que os fatos estão sendo investigados. As autoridades eclesiásticas também recorreram à polícia para proteger as instituições cristãs de Ganj Basoda dos ataques de extremistas hindus; no entanto, não se evitou a violência.

Em 20 de abril, a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) apresentou seu relatório anual sobre Liberdade Religiosa, em que revela que a perseguição religiosa por governos autoritários se intensificou, motivada por supremacia étnica e religiosa em países asiáticos com maioria hindu e budista que pressionam as minorias e reduzem seus membros a cidadãos de segunda classe.  O caso mais claro é a Índia, mas políticas semelhantes existem no Nepal, Sri Lanka e Mianmar.

A organização cristã Open Doors (Portas abertas) disse que a perseguição às minorias religiosas na Índia aumentou com milhares de incidentes a cada ano, desde que o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata chegou ao poder em 2014. A organização acusa o governo de permitir que grupos extremistas ataquem os cristãos impunemente.

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