O presidente da Fundação Vida e Família (Fundavifa), Dom Cristóbal Bialasik, declarou, em 12 de maio, sua rejeição à declaração conjunta liderada pela ONU para a "proteção da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos" na crise da Covid-19.

O documento assinado por 59 países foi criticado porque encobriria a contracepção e o aborto no chamado direito sexual e reprodutivo de mulheres e meninas diante de um caso de coronavírus.

"É lamentável que, mesmo em tempos de crises tão difíceis como a pandemia que assola o mundo, problemas como acesso precário à saúde e a violência sejam usados ​​para ocultar a agenda de gênero que organizações como as Nações Unidas estão promovendo contra os mais indefesos”, alertou Dom Bialasik em uma mensagem de vídeo.

Dom Bialasik explicou que "com certeza, os Estados e os cidadãos compartilhamos o compromisso de combater a violência e o acesso à saúde para todos, especialmente aqueles que estão em situação vulnerável".

"Não compreendemos como as organizações chamadas a defender os direitos estão promovendo ações que vão contra os mais inocentes; sim, nos referimos aos bebês em gestação".

"Não é possível que, enganando e mentindo, proponham que existe um suposto direito a decidir tirar a vida dos mais inocentes, aqueles a quem deveríamos proteger e defender em primeira instância", refletiu o também Bispo de Oruro (Bolívia).

Nesse sentido, o Presidente da Fundavifa lembrou a “todos aqueles que falam do aborto como um direito, que ninguém tem o direito a matar o outro e é ainda mais grave se esse ser, que se vê privado do direito à vida, é incapaz de se defender e merece por sua condição a máxima proteção”.

Como exemplo, explicou que uma violência sexual deve ser rejeitada por todos e se deve agir em defesa dos "vulneráveis". Se ocorrer uma gravidez como resultado do estupro, “existem duas vítimas que devemos proteger, a vítima da agressão sexual e o bebê, e ambas merecem todos os esforços do estado, da sociedade e de sua família para enfrentar as sérias consequências da violência e superá-los”.

"Pretender um aborto agrava ainda mais a situação de violência e nos faz responsáveis por não ter defendido e protegido a vida dos mais inocentes e vulneráveis", disse o também Bispo de Oruro.

O presidente da Fundavifa solicitou ao Ministério das Relações Exteriores "que tenha um cuidado especial em tornar o Estado boliviano parte de acordos que violam os direitos dos mais inocentes".

"Não permitam que o gravíssimo crime do aborto seja protegido sob o pretexto da promoção dos direitos sexuais e reprodutivos", alertou Dom Bialasik.

Dom Bialasik exortou a trabalhar "todos juntos por uma vida livre de violência", especialmente para os "mais inocentes"; pelo "acesso à saúde de qualidade e com acolhida, principalmente hoje, que enfrentamos um mal que não discrimina idade, sexo, pensamento ou condição social".

Também pediu o compromisso de todos para "enfrentar a pandemia, de forma solidária". "Vamos lutar juntos por um futuro melhor para as jovens gerações, ensinando-lhes com o exemplo, o respeito aos direitos tão importantes como o direito à vida sem nenhuma distinção", concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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