“O povo não se pode confundir com uma massa, com uma multidão manipulável”, afirmou o Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, e pediu aos candidatos explicar suas propostas para que o cidadãos possam formar uma opinião ao momento de votar.

“A todos interessa saber como, de que maneira, com que meios, se cumprirão os planos, projetos e promessas que agora se formulam. Por isso me parece que a cidadania necessita um esclarecimento”, assinalou o Prelado durante seu programa televisivo “Chave para um mundo melhor”.

Durante o programa, Dom Aguer recorreu à Doutrina Social da Igreja para explicar que os políticos se devem ao povo, o qual, formado por “um conjunto de pessoas”, tem o direito a formar-se “sua opinião a respeito da coisa pública”, assim como a possibilidade de expressá-la e fazê-la valer em busca do bem comum.

O Arcebispo pediu aos candidatos fazer pública sua posição sobre temas fundamentais como a família, a educação, o aborto e a eutanásia. Recordou que sobre estes últimos se apresentaram alguns projetos no Congresso da Nação.

Em outubro próximo se realizarão na Argentina eleições para renovar parcialmente aos representantes ante o Congresso da Nação, as Legislaturas Provinciais e os Conselhos Deliberantes.

Com respeito à campanha eleitoral que se leva a cabo, o Prelado considerou que é prematura, “agressiva até a crispação e confusa”; porque “desgasta antecipadamente valiosas energias” e “não se esclarecem questões fundamentais sobre as quais os legisladores que serão escolhidos terão que pronunciar-se”.

Do mesmo modo, assinalou que os candidatos discutem “sobre o passado e nem tanto sobre o presente e o futuro”, e encaram “esta eleição como se nela se jogasse a tudo ou nada”, esquecendo que se trata de uma eleição para renovar parcialmente os organismos representativos. Advertiu que embora esta atitude pode ser benéfica para os protagonistas, “faz sofrer às instituições da República”.

Por isso, Dom Aguer pediu mais uma vez aos candidatos esclarecer suas posturas e propostas “para que possamos refletir como convém e não votar às cegas. Porque esse é o grande problema do exercício periódico da eleição, tal como se pratica na Argentina”.