Uma das pinturas mais antigas de Jesus, com cerca de 1500 anos de antiguidade, foi descoberta na parede de uma igreja abandonada em Israel.

A igreja foi encontrada nas ruínas de Shivta, um antigo povoado agrícola no coração do deserto de Negev, a cerca de 40 quilômetros ao sudoeste de Be’er Sheva. O povoado foi fundado no século II e sobreviveu mais de 600 anos antes de ser abandonado durante o início do período islâmico.

O retrato foi descoberto pela historiadora de Arte, Emma Maayan-Fanar, e mostraria o contorno facial de um jovem Jesus com cabelo curto.

“Em contraste com a imagem ocidental de Jesus como alguém com cabelo comprido e solto e, às vezes, barba, a pintura de Shivta o mostra em estilo oriental, com cabelo curto e encaracolado, rosto longo e nariz alongado”, disse Maayan-Fanar.

A especialista disse que a descoberta “foi realmente uma questão de sorte e experiência. Estudamos o local e eu estava olhando de perto a abside, esperando ver algumas manchas de cor. Em seguida, levantei a cabeça e vi os olhos. Era o rosto de Jesus em seu batismo, olhando-nos”.

“Dror Maayan, meu esposo e fotógrafo profissional, apontou sua câmera para a direção na qual pensei que via a imagem e ali estava, o rosto de Jesus”, indicou.

A imagem remontaria ao século VI e foi vista nas ruínas de uma igreja bizantina no deserto de Negev, em Israel. Embora a Terra Santa tenha dado origem ao cristianismo, muito poucas artes religiosas sobreviveram ali desde sua história inicial.

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“A representação mais antiga conhecida de Cristo até este momento era do século III em Dura Europos, na atual Síria”, disse Maayan-Fanar.

A pintura foi descoberta primeiro em 1920 e agora foi novamente analisada usando técnicas modernas. De acordo com especialistas, sua importância estaria no fato de que precede a iconografia religiosa utilizada na Igreja Cristã Ortodoxa.

“Pertence ao esquema iconográfico de um Cristo de cabelo curto, que estava especialmente difundido no Egito e em Siro-Palestina, mas que passou da arte bizantina posterior”, assinalaram os pesquisadores.

Embora se aprecie apenas fragmentos da obra, a especialista da Universidade de Haifa distingue o rosto que representa um jovem Jesus junto a outro rosto de proporções maiores a sua esquerda, muito provavelmente de João Batista. Ambas as figuras deviam fazer parte de uma cena mais ampla que foi pintada sobre a pia batismal do templo.

“Até agora, é a única cena de batismo de Cristo in situ até a data com confiança na Terra Santa pré-iconoclasta”, escrevem os autores do estudo em seu artigo. Por isso, pode iluminar a comunidade cristã de Bizantina Shivta e a arte cristã primitiva em toda a região.

A descoberta foi publicada na revista arqueológica Antiquity junto aos arqueólogos Ravit Linn, Yotam Tepper e o professor Guy Baz-Oz, do Instituto de Arqueologia Zinman da Universidade de Haifa. Os autores deste estudo asseguram que “o rosto de Cristo nesta pintura é uma descoberta importante em si mesma”.

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