O governo do Egito fechou neste mês de outubro duas igrejas coptas “por motivos de segurança”, diante da ameaça de atentados jihadistas.

Entretanto, responsáveis da Diocese copta de Minya, em cujo território se encontram os dois templos, expressaram em um comunicado oficial suas dúvidas sobre os verdadeiros motivos pelos quais fizeram o “fechamento provisório”.

“Permanecemos calados ao longo de duas semanas após fecharem a primeira igreja, mas vemos que nosso silêncio conseguiu apenas piorar a situação. Parece que a oração dos coptos é um crime que deve ser castigado”, lamentam os responsáveis da Diocese no comunicado.

Este fechamento de igrejas no Egito coincide com o assassinato no último dia 12 de outubro do sacerdote copto ortodoxo Samaan Shehata, apunhalado por um desconhecido no bairro de El Salam, na cidade do Cairo. Nesse ataque, outro sacerdote também ficou ferido.

A comunidade cristã do Egito é uma das mais pujantes do Oriente Médio. Os cristãos egípcios representam 5% dos 84 milhões de habitantes deste país, a maioria pertencente à Igreja Copta Ortodoxa.

Desde o estopim das chamadas “primaveras árabes” em 2011, que provocou a queda do regime de Hosni Mubarak, e sobretudo desde a irrupção do Estado Islâmico na Península do Sinai, os cristãos egípcios foram alvo de contínuos atentados terroristas.

Em abril de 2017, uma bomba explodiu na Igreja de São Jorge durante a celebração litúrgica do Domingo de Ramos, em Tanta, nos arredores de Cairo, e provocou a morte de 25 pessoas, além de deixar outras 70 feridas.

Nesse mesmo dia, outra explosão provocada pelos jihadistas em uma igreja da cidade de Alexandria deixou 70 mortos.

Em dezembro de 2016, o Estado Islâmico atentou com um carro bomba contra a catedral copta ortodoxa de São Marcos, no Cairo. Morreram 25 pessoas.

Esses são apenas alguns dos atentados mais graves que ocorreram no Egito nos últimos meses. Apesar disso, os cristãos confiam no presidente Abdel Fattah al-Sisi, que se comprometeu em diversas ocasiões com a segurança dos cristãos e o direito à liberdade de culto.

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