Os cristãos na Síria vivem “um paradoxo misterioso e maravilhoso”, entre a guerra e a vida de fé, declarou o Bispo Antoine Audo, SJ, da Diocese caldeia de Aleppo, ressaltando que há dias estão enfrentando novos bombardeios.

“É um misterioso e maravilhoso paradoxo: de um lado há a desolação da guerra e de outro, o consolo de Deus”, disse o Bispo à agência vaticana Fides.

Dom Audo relatou como estão enfrentando o horror cotidiano que continua perturbando a cidade arrasada por cinco anos de guerra.

“Estamos novamente há dias sob as bombas. Não sabemos o que está para acontecer. Também esta noite, não conseguimos dormir, e esta manhã um projétil de artilharia caiu na estrada da nossa catedral, resultando uma morte e três feridos”, contou na segunda-feira, 11.

Segundo ele, por esta razão, decidiram “não reabrir os escritórios da Caritas que tinham sido fechados por alguns dias durante a festa muçulmana do fim do Ramadã”.

O Bispo caldeu explicou que a nova onda de atentados e ataques com morteiros nos bairros centrais de Aleppo deve ser vista como uma reação às operações com as quais o exército tomou o controle da chamada “estrada do Castelo”, cortando as ligações entre as áreas ocupadas por milicianos rebeldes – incluindo as ligadas a siglas jihadistas – e a Turquia.

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“Eles lançam uma chuva de balas para mostrar que não estão felizes, que são perigosos e ainda são fortes”, indicou.

Entretanto, mesmo diante dessa situação marcada pelo medo e pela contagem de novas vítimas, o Bispo destacou a persistência da vida de fé. Conforme relatou, de um lado, estão “todos devastados com o que acontece, de outro há muitos que nesta condição se encontram para celebrar os sacramentos, rezar, partilhar um espírito de esperança e misericórdia”.

“Fui contatado pelos participantes de um retiro espiritual organizado nas montanhas por membros do Movimento dos Focolares. Eram duzentas pessoas, com dez sacerdotes. Eles me falaram de uma experiência de conversão espiritual”, recordou, indicando que “na próxima quinta-feira, se reunirão em Tartus com 175 agentes e voluntários da Caritas de todo a Síria, para alguns dias de formação e encontros”.

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