DENVER, 6 de mai de 2005 às 15:11
O Arcebispo de Denver, Dom Charles Chaput, abordou a polêmica suscitada nos Estados Unidos pelo filme Kingdom of Heaven (traduzido como “Reino do Céu” ou “Cruzadas”), e considerou que produções como estas desafiam aos cristãos a recuperar suas memórias perdidas.
Em sua coluna semanal, Dom Chaput repreendeu aos cristãos pela perda de sua identidade e história como tais dentro da cultura americana e européia. Também lamentou que a partir do filme, publicações como o New York Times mostram aos muçulmanos “coexistindo pacificamente até que os ‘cristãos extremistas’ o arruínam tudo”.
O Arcebispo de Denver assinalou que “pela influência de outros em nossas opções aqui e agora, a memória alenta a que se tome determinado caminho no futuro ao mesmo tempo que desalenta a tomar outros. Essa é a razão pela qual toda nova ideologia e geração de engenheiros sociais procuram rescrever o passado. Quem controla a memória de uma cultura também tem o poder sobre seu futuro”.
Também manifestou que os cristãos têm o dever de prevenir que os “fatos reais da história” se percam e assim evitar que Deus seja “expulso” do futuro dos Estados Unidos.
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Embora Dom Chaput reconheceu com humildade que houve excessos por parte dos cristãos durante as Cruzadas, ressaltou que essas ações devem ser vistas dentro de seu contexto histórico e sublinhou que também houve muito de “fé, nobreza e sacrifício pessoal” genuínos nas mesmas.
O Prelado assegurou que “a reconciliação que perdura entre as partes ofendidas começa por uma exame honesto e mútuo dos pecados passados. Para fazer isto faz falta um registro histórico preciso”.
“Como cristãos precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos dar conta de que, em ocasiões, os cristãos do passado cometeram pecados terríveis também. Precisamos convidar, com nosso próprio exemplo e com nosso compromisso por proclamar a verdade, a que outros que pecaram contra os cristãos ao longo dos séculos –em ocasiões terrivelmente– também se arrependam”, adicionou.
“Infelizmente, durante as últimas décadas a confissão dos pecados foi com freqüência um monólogo dos cristãos. Isso não é justo. Não é honesto. Definitivamente não serve à caridade porque a caridade sempre está ligada à verdade”, finalizou o Arcebispo.
