WASHINGTON DC, 1 de ago de 2014 às 11:26
Os Bispos dos Estados Unidos pediram ao governo de Barack Obama que ofereça ajuda aos cristãos iraquianos que sofrem perseguição. O pedido aconteceu depois que a França ofereceu asilo aos cristãos que fugiram de Mosul (Iraque).
"O Estado Islâmico tomou o controle de grandes territórios ao norte do Iraque, causando destruição, queimando e saqueando Igrejas antigas, mesquitas, lares e empresas", assinalou o presidente da Comissão Internacional de Justiça e Paz da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom Richard E. Pates, em 25 de julho.
"Milhares de pessoas fugiram com pouco mais que a roupa nas costas, na maioria dos casos sendo despojadas dos seus poucos pertences pessoais enquanto fugiam”, disse o bispo em uma carta dirigida à Conselheira de Segurança Nacional Susan Rice.
Dom Pates citou uma declaração emitida em 22 de julho por parte dos bispos da Igreja Católica Caldeia, Siro-católica, Siro-ortodoxa e Armênia. Os bispos iraquianos pediram ao seu governo que proteja os direitos dos cristãos e outras minorias afetadas pela violência e o deslocamento. Do mesmo modo, solicitaram assistência financeira e social para os deslocados.
Dom Pates destacou a necessidade de que a ajuda humanitária seja oferecida diretamente às comunidades minoritárias através de organizações não governamentais de confiança para evitar seu desvio para outros fins.
O Bispo pediu ao governo norte-americano que "faça tudo que seja possível para proporcionar esta urgente ajuda àqueles que vivem em uma situação extrema de desespero e que trabalhe com outros governos para deter a violência”. Além disso, recordou as palavras do Papa Francisco, quem recordou que "a violência se vence com a paz”.
Os cristãos do Iraque foram particularmente afetados pelo levantamento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, mais conhecido como ISIS.
Segundo a BBC, só 20 famílias cristãs permanecem na cidade iraquiana de Mosul, antigo centro da cristandade, devido à tomada da cidade por parte dos jihadistas.
Dom Louis Sako, Patriarca católico caldeu da Babilônia, estimou que antes da invasão norte-americana em 2003, 60 mil cristãos se encontravam em Mosul, mas em junho deste ano só contabilizavam 35 mil.
Por outra parte, o governo da França ofereceu asilo aos cristãos iraquianos que fugiram de Mosul.
O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, ambos membros do governo socialista que está no comando do país, expressaram que "estamos preparados, se assim o desejarem, para ajudar a facilitar asilo em nosso território”.
Relatórios da BBC informaram que o partido opositor, Frente Nacional (França), realizou em 26 de julho uma reunião em Paris com o fim de apoiar os cristãos iraquianos.