O Arcebispado de Buenos Aires rechaçou hoje a decisão da juíza Elena Liberatori, da capital argentina que autorizou dois homossexuais a "casarem-se", por ser este um ato contrário à legislação vigente na Argentina que estabelece claramente que o matrimônio é "uma entidade civil integrada por um homem e uma mulher".

O Arcebispado expressa assim seu rechaço à autorização da juíza Liberatori, do foro Administrativo e Tributário da Cidade de Buenos Aires, que ordenou a um Cartório Civil que outorgue um turno para que um casal de homossexuais que apresentou um recurso de amparo pudesse "casar-se". Depois de conhecer a notícia, o Chefe de Governo portenho, Mauricio Macri, indicou que não apelará a medida.

O comunicado do Arcebispado de Buenos Aires recorda que "a sentença de uma juíza no Litigioso Administrativo que permite um vínculo matrimonial entre pessoas do mesmo sexo", é contrário à legislação que rege a Argentina, quer dizer, contrário à Declaração Universal dos Direitos humanos artigo 16, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos artigo 23 inciso 2 e a Convenção Americana dos Direitos humanos, artigo 17 inciso 2 e seguintes, "os quais têm hierarquia constitucional desde 1994".

Seguidamente assinala que "atendendo a que desde épocas ancestrais o matrimônio se entende como a união entre o varão e a mulher, sua reafirmação não implica discriminação alguma".

Finalmente o texto do Arcebispado indica que "dado que o Poder Executivo da Cidade Autônoma de Buenos Aires é o fiador da legalidade na cidade, o Sr. Chefe de Governo, através do Ministério Público, tem a obrigação de apelar a sentença".