O Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani, perdoou publicamente aos personagens que na última semana o agrediram na imprensa por dizer em uma homilia que os direitos humanos não são propriedade “de um pequeno grupo ideológico”.
“Quando faço esta lembrança para render homenagem a instituições do país, quando faço este lembrete para levantar a importância que têm todo o corpo dos direitos humanos e não um grupo, nem em um lugar determinado, encontrei-me com uma surpresa que até hoje me deixou um pouco confundido, escutei três ou quatro respostas. Era como um veneno contido”, assinalou em seu programa radial Diálogo de Fé.
“Se deve perdoar e estão perdoados”, afirmou o Arcebispo de Lima. “Graças a Deus, estes dias rezei por eles, Graças a Deus passei a página. Somente quero lhes dizer, fiquemos com a mensagem de fundo de Santa Rosa, primeira Santa da América”, adicionou o Cardeal.
O Cardeal Cipriani se referiu assim as reações de quem questionou suas expressões sobre os direitos humanos na homilia que pronunciou durante a Missa em honra a Santa Rosa de Lima e de quem criticou seu trabalho pastoral quando se desempenhou como Arcebispo de Ayacucho, nos tempos mais violentos do terrorismo de Sendero Luminoso. A maioria das críticas foram feitas por parte dos integrantes da polêmica Comissão da Verdade e Reconciliação (CVR) e pelo Bispo Emérito de Chimbote, Dom Luis Bambarén.
O Arcebispo evocou algumas passagens de sua homilia. “Nesse contexto, pareceu-me importante e o mais uma vez o renovo, render homenagem a instituições do nosso país como são as Forças Armadas e Policiais sem nenhum ânimo de polêmica; se não, também hoje posso render comemoração às Forças Armadas e Policiais como qualquer peruano o faz a esta instituição”, expressou.
“O país tem instituições de diferente nível com diferente aprovação, o que não pode é maltratá-las de modo habitual. Fiz um chamado a cuidar mais os direitos humanos para dizer: Não podemos deixar os direitos humanos –o digo textual– em mãos de um pequeno grupo ideológico”, adicionou.
lembrou que “os direitos humanos não brotam de um conjunto de idéias, de um grupo de pessoas, nem minhas, nem de outro, nem de ninguém. Os direitos humanos brotam do que a pessoa é, um ser humano livre, um ser humano que sabe amar, que sabe perdoar, que tem a dignidade de poder ter uma casa, moradia, de poder expressar-se, de liberdade religiosa, entre outros direitos”.