Dom René Sándigo, Secretário da Conferência Episcopal do Nicarágua (CEN), somou-se às vozes de autoridades católicas que criticaram duramente ao Presidente venezuelano Hugo Chávez por comparar a Fidel Castro com Jesus Cristo durante uma manifestação realizada em Manágua em 19 de julho passado.
Durante o evento, com o que o atual Presidente nicaragüense Daniel Ortega quis celebrar um aniversário da Revolução Sandinista, Chávez disse “Fidel, pai nosso que está na terra, na água e no ar”.
“Considero este tipo de expressões como abusivas e desrespeitosas para a fé dos nicaragüenses e o rechaço do clero às expressões do mandatário venezuelano é unânime”, assinalou Dom Sándigo.
“Estou seguro que Nicarágua inteira não está tranqüila com este tipo de manipulações de conceitos religiosos com os que nascemos e que utilizamos diariamente para nos comunicar com nosso Deus”, adicionou.
O Secretário da CEN disse também que a Chávez “não lhe basta fazer esse tipo de propostas em seu país, senão que as quer transladar ao nosso, entretanto considero que a expressão popular as rechaça”.
Dom Sándigo assinalou que o Presidente venezuelano “pretende relançar a teologia da libertação, uma linha que no passado foi rechaçada e que o será no futuro, considerando que suas propostas só trazem más lembranças do passado ao país”.
“A teologia da liberação nunca teve fundamentos bíblicos nem teológicos para sobreviver e com o tempo foi morrendo”, disse Dom Sándigo; e concluiu destacando que “trazer essa proposta a Nicarágua é como trazer de volta más lembranças do passado. É como querer reviver um morto”.
“Certamente, Nicarágua nunca aceitou a teologia da libertação. A verdadeira teologia é aquela em que Deus aparece liberador total do mal”, disse finalmente.