SEVILHA, 14 de out de 2007 às 18:23
O Arcebispo de Sevilha, Cardeal Carlos Amigo Vallejo, criticou o projeto de lei de cor histórica promovida pelo PSOE junto a ecologistas e comunistas, porque só procura favorecer uma ideologia e não a reconciliação dos espanhóis.
"O pior de uma lei de cor é quando apenas é memória para um grupo, é uma memória parcial. Ao longo destes anos houve muitas leis sobre o tema e aqui dá a sensação como que alguém quer vencer uma guerra que todos queremos esquecer quanto antes", declarou o Cardeal à agência EFE logo depois da Missa oficiada pelo dia 12 de outubro, Festividade da Virgem do Pilar e Festa Nacional da Espanha.
O Arcebispo esclareceu que isso não quer dizer "que não se reconheçam os direitos e se reparem as injustiças que se puderam cometer (durante a Guerra Civil e a posterior ditadura), mas ninguém deve aproveitá-lo para vencer uma guerra que graças a Deus já faz muito tempo que terminou".
"Eu estou a favor da história, mas não estou pela memória ideológica. Estou pela memória da história e não pela memória das ideologias", assinalou.
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Nesse sentido, indicou que "a Igreja olhe mais ao futuro que ao passado, e se olha ao passado é para recolher todo o bom que nos deixou e não nos jogar em cara mutuamente aquilo que pôde ser enganos ou maldades. Busca os caminhos de reconciliação".
Logo depois de promover insistentemente este projeto de lei, seus autores obtiveram que seja discutida na próxima quarta-feira na Comissão Constitucional e seja aprovada possivelmente pelo Pleno do Congresso ao fim de mês.
A última hora, o PSOE aceitou a proposta de Esquerda Unida de incluir um novo artigo que obriga a prefeituras, autonomias, organismos públicos e privados a retirar os considerados símbolos franquistas; caso contrário, perderão subvenções e ajudas públicas. Segundo especialistas, esta medida afetará àqueles templos que têm placas que recordam aos "caídos por Deus e pela Espanha".
"As administrações públicas, no exercício de suas competências, tomarão medidas oportunas para a retirada de escudos, insígnias, placas e outros objetos ou menções comemorativos de exaltação, pessoal ou coletiva, da sublevação militar, da Guerra Civil e da repressão da ditadura. Entre estas medidas poderá incluí-la retirada de subvenções e ajudas públicas", expressa o texto.

