Suécia, um dos principais mantenedores da Nicarágua, confirmou que deixará de ajudá-la economicamente, dada a política do país centro americano que defende a vida do nascituro proibindo todo tipo de aborto inclusive o mal chamado "terapêutico".

Através de um comunicado, a Embaixada da Suécia em Manágua indicou que esse país reduzirá sua ajuda de 70 a 33 nações, localizada na África e Europa Oriental. "Como conseqüência deste processo de concentração da cooperação, o Governo da Suécia tomou a decisão de sair gradualmente de alguns países da América Latina, entre eles a Nicarágua. Este processo de saída ocorrerá de dois a quatro anos", advertiu.

Entretanto, fontes confiáveis indicaram que os dirigentes suecos "estavam muito preocupados com o assunto do tema do aborto terapêutico". "O que acontece é que eles estão muito envolvidos com o tema da saúde. O anúncio é para ver se volta a reabrir a discussão sobre o tema do aborto terapêutico", adicionaram.

O ex-presidente do Banco Central da Nicarágua (BCN) e Ex-ministro da Fazenda, Mario Arana, assinalou que este recorte "é bastante desafortunado, porque este tipo de recursos é mais flexível e o que melhor convém ao país", porque decide no que vai investir o dinheiro em efetivo que recebe através do mecanismo de apoio orçamentário.

Por outro lado, o economista Néstor Avendaño, indicou que "é muito estranha a decisão do Governo da Suécia quando a Nicarágua veio demonstrando uma política econômica muito responsável, inclusive em um ano que se veio negociando um acordo econômico com o Fundo Monetário Internacional", mas que ainda está pendente de assinar-se.

Dados oficiais da Chancelaria da República da Nicarágua indicam que a ajuda sueca aumentou a mais de 21 milhões dólares em 2006.