O Patriarca de Veneza, Cardeal Angelo Scola, reafirmou a necessidade de dialogar com os intelectuais muçulmanos porque "dão contribuições positivas" mas, esclareceu, "não pensemos que exista um Islã moderado oposto ao denominado Islã radical".

Em diálogo com o jornal italiano "Corriere della Sera", o Cardeal explicou que "com freqüência" o Islã moderado é identificado com "certas figuras intelectuais que possivelmente passaram muitíssimo tempo no Ocidente e que muitas vezes pelos próprios muçulmanos não são já sentidos como pertencentes a seu mundo, com o risco de que se representem apenas eles mesmos".

Nesse sentido, o Cardeal Scola expressou que "é muito útil falar com eles, dão contribuições positivas, mas não pensemos que exista um Islã moderado oposto ao denominado Islã radical".

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Durante a entrevista, o Cardeal se mostrou convencido da existência de "um Islã do povo, que vive as instâncias elementares de todo homem, comuns a todos nós: como vivemos os afetos, o trabalho (...) como vivemos a relação com Deus".

"Sobre estas bases –explicou-, cristãos e muçulmanos podem entrar pacientemente em relação. Conhecendo-se, perguntando-se, escutando-se. Sabendo que para o Islã a única via para superar o radicalismo é uma modernização que se integre em suas fisionomias religiosas. É um processo de que durará anos".

Nesse sentido, expressou que "é melhor falar dos Islã, no plural", uma vez que indicou que aqueles muçulmanos que vivem na Europa devem respeitar certos valores que regem a sociedade que os acolhe.