O Bispo de Chiclayo, diocese do Norte do Peru, Dom Jesus Moliné Labarta, dirigiu uma carta aberta às autoridades da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP) em que esclarece que ele não ofendeu aos diretores desta casa de estudos e não pertence ao Opus Dei; reitera que o Episcopado expressou seu apoio ao Arcebispo de Lima, Cardeal Juan Luis Cipriani no processo judicial iniciado por esta universidade, e perdoa às autoridades universitárias pelos ataques recebidos.

Esta é a íntegra da carta aberta de Dom Moliné:

Às principais autoridades da PUCP
Dom Jesus Moliné Labarta (*)

Ante a carta aberta ao Bispo de Chiclayo assinada pelo reitor e os dois vice-reitores da Pontifícia Universidade Católica do Peru, publicada em vários jornais da capital em 19 de abril, vejo-me na penosa obrigação de esclarecer o seguinte:

Em 10 de abril, por convite do Cardeal Juan Luis Cipriani, reunimo-nos em sua casa os quatro bispos representantes da Conferência Episcopal do Peru ante a Assembléia Universitária da Pontifícia Universidade Católica do Peru: Dom Miguel Cabrejos, Presidente da Conferência Episcopal Peruana; Dom Miguel Irízar, Dom Guido Brenha, e eu.

Os quatro bispos fomos escolhidos pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Peruana para assumir a responsabilidade de representar à Conferência frente à mencionada casa de estudos como consta no acordo número 4 da sessão de 10 de junho de 2003. Em conseqüência, as decisões e declarações que façamos as fazemos, não como bispos de nossas respectivas dioceses, senão como representantes da Conferência Episcopal ante a PUCP.

Minhas declarações de 17 de abril, no Chiclayo, diante de  vários meios de comunicação, não fizeram outra coisa que informar à cidadania o ocorrido na reunião que sustentamos com o Cardeal Cipriani em Lima em 10 de abril, e que uma nota de imprensa do Arcebispado de Lima emitida na quarta-feira 18 de abril resumiu em dois pontos:

A) O Cardeal, em sua condição de Grande Chanceler da PUCP, expô-lhes a situação estatutária da Universidade e as orientações recebidas da Santa Sé a respeito. Todos expressaram sua plena adesão ao atuado e assinalaram iniciativas concretas para manter a identidade católica desse centro de estudos superiores.

B) Logo se abordou o tema da Junta de Administração do patrimônio do Dr. José de la Riva Agüero e o litígio impulsionado pela ação judicial da PUCP. Também sobre este assunto expressaram os senhores bispos seu respaldo e expressaram sugestões concretas a respeito.

Em conseqüência, ratifico-me em minhas declarações de 17 de abril, as mesmas que têm a lógica da unidade do episcopado em defesa da PUCP, como de todas as universidades católicas que existem no país, seguindo as diretivas na matéria emanadas pelo magistério da Santa Sé.

Em minhas declarações não houve nenhuma expressão ofensiva, mas se aos ouvidos dos ilustres diretores da PUCP possa lhes haver afetado alguma de minhas palavras, em nenhum momento meu desejo foi ofender a ninguém. Surpreende-me a análise de minhas palavras, que não corresponde ao conteúdo das mesmas.

Da mesma maneira, expresso minha preocupação cristã pela virulenta linguagem empregada indevidamente para expressar seus pontos de vista, completamente opináveis, contidos no comunicado do reitor e os vice-reitores da mencionada casa de estudos, os mesmos que não são compatíveis com a investidura que têm, por isso os perdôo de todo coração.

Finalmente, não é verdade a referência que fazem as principais autoridades da PUCP em sua carta aberta a minha pessoa sobre a Prelatura Pessoal do Opus Dei, instituição da Igreja Católica reconhecida no mundo inteiro, que não tem nada que ver com este assunto. Devo afirmar que não sou membro do Opus Dei, nem sequer formo parte dessa Prelatura, que estimo e valorizo muito ao contemplar o maravilhoso trabalho que realizam na minha Diocese, no Peru e no mundo inteiro ao serviço da Igreja.

(*) Bispo do Chiclayo