Jesus de Nazaré", o livro do Papa Bento XVI que sairá à venda nas livrarias italianas, alemãs e polonesas na próxima segunda-feira, 16 de abril, dia de seus 80º aniversário, mostra que "para Ratzinger fé e investigação crítica são complementares e não antagonistas e o Jesus dos Evangelhos é o Jesus histórico", assinala um comunicado de imprensa da Editora Rizzoli encarregada de sua publicação.

A editora, encarregada pela Libreria Editrice Vaticano da venda dos direitos do livro em todo mundo, informa que "Jesus de Nazaré é a primeira parte de uma obra de dois volumes que examina a vida pública de Cristo, do batismo no Jordão até a Transfiguração".

A obra de 448 páginas é "um relato pastoral", que através de um comentário aos Evangelhos, "oferece uma introdução aos princípios do cristianismo". É do mesmo modo, continua Rizzoli, "um ensaio que conserva o rigor científico que distingue os textos e discursos do teólogo Ratzinger".

"A preocupação pastoral e a excepcional doutrina teológica do Papa se unem para determinar o tema central da obra: a convicção de que para entender a figura de Jesus Cristo é necessário partir de sua união com o Pai", assinala.

A este respeito "o método histórico-crítico é indispensável para uma exegese séria e pôs a disposição uma grande quantidade de material e conhecimentos que permitem reconstruir a figura de Jesus com uma profundidade que até há poucas décadas era difícil de imaginar, mas só a fé pode nos fazer compreender que Jesus é Deus e se à luz desta convicção se lêem os textos sacros com os instrumentos facilitados pelo método histórico-crítico (...) revelam-nos (...) um caminho e uma figura dignos de fé".

"Para o Ratzinger –prossegue o comunicado– fé e investigação crítica são complementares e não antagonistas e o Jesus dos Evangelhos é o Jesus histórico".

O caminho do Papa para Jesus

A editora publica uma sinopse do volume intitulada "O caminho do Papa para Jesus", que indica que o livro "reflete a busca pessoal do 'rosto do Senhor' por parte de Joseph Ratzinger e não quer ser um documento de magistério".

Segundo a nota, para o Santo Padre o antagonismo entre o Jesus histórico e o Cristo da fé não é mais que uma falsa antinomia, pois para Bento XVI "no texto bíblico se encontram todos os elementos para afirmar que o personagem histórico Jesus Cristo é também efetivamente o Filho de Deus vindo à terra para salvar à humanidade".

Deste modo explica que "Joseph Ratzinger apresenta o Jesus dos Evangelhos como 'o novo Moisés' que cumpre as antigas esperanças de Israel. Este novo e verdadeiro Moisés deve conduzir o Povo de Deus para a verdadeira e definitiva liberdade" e "leva-o a cabo com passos sucessivos que, não obstante, deixam sempre entrever o plano de Deus em sua totalidade".

Em relação aos temas que aborda o Papa nesta obra, Rizzoli indica o do "Reino de Deus"; a oração –ao qual dedica um capítulo inteiro– ; o sentido teológico das parábolas; os "exemplos empregados por Jesus para explicar seu mistério": as "grandes imagens de São João".

Nos últimos capítulos do livro, o Pontífice explica "qual era a verdadeira missão do Messias de Deus e o destino de quem deseja segui-lo", e realiza "uma profunda análise dos títulos que, segundo os Evangelhos, Jesus utilizou para definir-se".

"Junto ao homem de fé, e ao teólogo, emerge no livro o pastor que consegue "favorecer no leitor o crescimento de uma relação nova com Jesus Cristo. Desde este ângulo o Pontífice não teme falar de um mundo que, excluindo a Deus, e aferrando-se só à realidade visível e material, corre o perigo da autodestruição procurando um bem-estar apenas material" e renunciando a "chegar à verdadeira liberdade na "Terra Prometida" do "Reino de Deus", conclui o comunicado.

"Jesus de Nazaré" será traduzido para 20 idiomas. A editora Planeta Colômbia será a encarregada da edição para a América Latina, enquanto que na Espanha serão as editoras Esfera e Claret, em castelhano e catalão respectivamente.