LIMA, 7 de set de 2004 às 15:42
Embora seu organismo reconheça que a pílula do dia seguinte elaborada com o fármaco Levonorgestrel pode evitar a nidação de um óvulo fecundado, um proeminente funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) assinalou que esta entidade estaria disposta a ocultar este mecanismo em um novo documento oficial.
De visita no Peru, Enrique Ezcurra, coordenador para as Américas do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva da OMS, afirmou que para sua entidade não existe evidência científica alguma que demonstre que os métodos anticoncepcionais chamados de emergência sejam abortivos.
Em declarações reproduzidas pelo periódico Gestión, Ezcurra assegurou que um Comitê de Peritos convocados pela OMS está preparando um prova litográfica técnica "para ratificar de que não existe nestes momentos nenhuma evidência científica que demonstre a vigência do chamado terceiro mecanismo teórico de ação da AOE (Anticoncepção Oral de Emergência), que seria aquele que afeta a implantação e de que pudesse inferir-se que estas preparações teriam um efeito abortifacente".
O que Ezcurra não disse é que a OMS reconhece atualmente o efeito antinidatório da pílula, como se observa no manual para refugiados que oferece em seu Website: http://www.who.int/reproductive-health/publications/RHR_00_13_RH_conflict_and_displacement/RH_conflict_appendix5.en.html
Segundo um médico pro-vida consultado pela ACI Imprensa, a OMS não chama “abortivo” o Levonorgestrel porque para a OMS, o aborto é a interrupção da gravidez e define a gravidez como a implantação do óvulo fecundado. O concebido não tem direitos para a OMS, apenas o “implantado”.
Para esta fonte, que a OMS prepare um novo documento negando o efeito reconhecido é uma jogada para resolver o debate na América Latina, ocultando um mecanismo que é aceito pelos produtores do fármaco.
O mais curioso é que Ezcurra agora sustenta que não há evidência alguma do efeito antianidatório do fármaco, quando ele mesmo reconheceu este mecanismo em uma avaliação de relatório científicos publicado em http://www.gfmer.ch/Presentations_En/Pdf/Emergency_contraception.pdf