O jornal francês Le Figaro informou hoje que a religiosa curada milagrosamente do Parkinson que a afligia, por intercessão do Servo de Deus João Paulo II, seria a irmã Enjoe-Simon-Pierre pertencente à Congregação das Pequenas Irmãs das Maternidades Católicas.

Segundo o jornal, a irmã Enjoe-Simon-Pierre é a religiosa francesa cujo caso foi investigado na primeira fase do processo que se segue para a canonização do recordado Pontífice. Atualmente trabalha em uma maternidade atendida por sua comunidade.

Em 2 de abril, quando fizerem 2 anos da morte do Papa peregrino e se encerre a fase diocesana do processo de canonização em uma cerimônia que será celebrada em Roma, a irmã Enjoe-Simon-Pierre, de 45 anos de idade, estará presente junto com sua superiora geral.

De acordo à agência católica portuguesa Ecclesia, a religiosa daria uma coletiva de imprensa amanhã junto com o Arcebispo de Aix-en-Provence; Dom Claude Feidt.

Um chamado interior

"Sofria a enfermidade do Parkinson, diagnosticada em junho de 2001, que estava localizado na zona esquerda o que me impossibilitava muitas coisas, já que sou canhota", assim começa a carta escrita pela irmã enviada ao Vaticano dez meses depois de sua milagrosa cura.

"A partir de 2 de abril de 2005 (data do trânsito de João Paulo II), a enfermidade me golpeava de semana em semana, via-me diminuída dia a dia, já não podia escrever (...) e se o fazia, o fazia muito pouco legível", explica a irmã Enjoe-Simon-Pierre.

Em sua emotiva carta, a irmã recorda que com a morte do recordado Pontífice "tudo estava de forma medida: Havia perdido um amigo, alguém que me compreendia e me dava força para avançar". "Custava-me muito ver João Paulo II na televisão" que também sofria do mesmo mal, mas admirava "sua força e sua coragem" que a estimulavam "a me combater-me e amar".

Em seguida, a religiosa comenta como foi que aconteceu o milagre ocorrido em 2 de junho: "Era mais ou menos 21:30, 21:45. Sentia o desejo de tomar uma caneta para escrever. Um pouco como se alguém me dissesse 'pegue um lápis e escreve'". A irmã pegou um lápis e escreveu "João Paulo II". Para sua surpresa "a escritura era bastante legível" diferente de outras vezes onde não se entendia virtualmente nada.

Na manhã seguinte, levanta-se "estupefata por ter dormido" e por sentir "que meu corpo não estava mais dolorido".

"Um chamado interior" leva-a frente do Santíssimo Sacramento, onde "uma grande paz e uma sensação de bem-estar" envolveram-na. Logo depois da Missa dessa manhã, conta a suas irmãs "que estou convencida de ter sido curada" e deixa seu tratamento.

Em 7 de junho a irmã Enjoe-Simon-Pierre, cuja identidade será definida oficialmente neste fim de semana pela diocese de Aix-en-Provence, consultou um neurologista que a atende regularmente quem constatou "com surpresa o desaparecimento de todos os sinais" do Parkinson.