A Câmara dos Lordes deu luz verde ontem a um polêmico projeto de lei que em nome da "não discriminação" obriga às agências católicas de adoção conceder a custódia de crianças a casais homossexuais.

A chamada Lei de Igualdade, foi debatida por três horas e finalmente aprovada com 168 votos a favor e 122 contra.

A norma entrará em vigência em abril e proíbe discriminar por razões de "orientação sexual" em qualquer atividade relativa a prestação de serviços e bens de qualquer tipo, assim como na função pública.

A medida, tal como foi aprovada, causaria a Igreja Católica o fechamento de suas agências de adoção já que, seguem aceitando financiamento público, não poderão evitar ceder a custódia de crianças a casais homossexuais. O Executivo estabeleceu um prazo de 21 meses para que as agências católicas de adoção se adaptem à nova normativa.

Desde o mês de janeiro, o Cardeal Cormac Murphy-O'Connor, Arcebispo de Westminster, expressou o rechaço católico à lei, e advertiu que a Igreja Católica não pode aceitar casais homossexuais como pais adotivos.

"Acreditam que se trataria de uma discriminação ilógica, desnecessária e injusta contra os católicos obrigar às agências de adoção católicas a atuar contra os ensinamentos da Igreja e suas próprias consciências", argumentou o Cardeal.

Os líderes anglicanos apoiaram os católicos. O Arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, explicou que "os direitos de consciência não podem estar submetidos a uma determinada legislação".