TOLEDO, 27 de fev de 2007 às 05:42
O Cardeal Arcebispo de Toledo, Antonio Cañizares, alertou que a "secularização da Semana Santa, que se há descristianizado e até paganizado, e se converteu em um período de férias curtas ou em dias apropriados para fazer turismo ou descansar".
Conforme escreve o Cardeal Cañizares na publicação Pai Nosso que é distribuída pela Europa Press, "no melhor dos casos, agora muitos desses dias não passam de ser algumas jornadas nas quais junto, ao turismo, assistem a alguns ofícios religiosos ou contemplam, mais ou menos como espectadores alguns desfiles processionais".
"Às vezes, reconheçamos, nós temos a culpa, por exemplo no caso da Semana Santa porque às vezes se pode pensar que é mais importante que algumas determinadas procissões sejam declaradas de interesse turístico nacional ou regional que o que é a Paixão, Morte, Ressurreição de Jesus Cristo, e acompanhar ao Senhor e a sua Santíssima Mãe nestes caminhos ou estações", afirmou.
"Dá-me muita pena tudo isto, pena, e profunda preocupação porque corremos para uma secularização generalizada" assegurou o Cardeal toledano, quem defendeu que "nos novos tempos é necessário encontrar novas formas de viver e celebrar a fé, a única fé".
"Mas as próprias procissões que tanto auge estão tomando em todas as partes nem sempre são sinais de uma religiosidade e de uma fé, mas sim de expressões culturais que por ser esvaziadas de seu conteúdo e despojadas da fé que deveria animá-las, ficam no estético, ou de identificar os sentimentos sociais de uns grupos mais ou menos entusiastas" denunciou.
"Não serei eu quem põe travas a estas manifestações –disse o Cardeal toledano– mas cuidado, não as magnifiquemos, não reduzamos a Semana Santa a elas e menos ainda, as tornemos superficiais ou ponhamos a serviço de sentimentos não genuinamente evangélicos ou cristãos".
Assim Cañizares concluiu afirmando que o "verdadeiramente importante é a Paixão e a Ressurreição de Cristo, é o mistério da paixão de Cristo, do Deus único que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos, acontecimentos centrais de nossa fé e da história da humanidade".