Os Bispos portugueses convocaram a uma assembléia extraordinária para esta sexta-feira, 16 de fevereiro, para analisar os passos a dar depois do referendum do dia 11 de fevereiro que arrojou uma maioria de votantes favorável ao aborto, mas que não obteve o mínimo requerido para converter-se em lei.

Os bispos discutirão especialmente as preocupantes declarações do primeiro-ministro socialista José Socrates, quem irritado pelo resultado do referendum que impede a modificação da lei, anunciou um projeto de lei no Congresso –que domina seu partido- que legalizaria o aborto por qualquer motivo nos primeiros dois meses e meio de gravidez.

Dom Jorge Urtiga, Arcebispo de Braga e Presidente da Conferência Episcopal de Portugal, assinalou que urge realizar "uma análise profunda e detalhada" dos resultados do referendum.

"O resultado (do referendum) não é decisivo e a Igreja estima que a questão da vida não tem uma natureza que deva ser tratada pela via eleitoral, pois o mal não pode converter-se em bem pelo voto de uma maioria", assinalou o Prelado. "A Igreja seguirá optando nesta matéria pela denúncia profética e a solidariedade ativa", concluiu.