MADRI, 14 de fev de 2007 às 05:47
Para desbaratar a “estratégia proselitista camaleônica” das seitas que disfarçam ou ocultam sua real identidade assimilando-se à religião católica, o Arcebispado de Burgos proibiu que os locais de instituições da Igreja fossem cedidas a estes grupos para realizarem suas atividades.
Em um comunicado do Vicaríato de Pastoral, a arquidiocese denuncia o proselitismo “mau” e fanático” das seitas “que recorre ao camaleônismo tático que amortece sua própria identidade para assimilar-se à religião majoritária em cada lugar, o catolicismo na Espanha”. Assim, continua a nota, “as seitas encontram inicialmente menos resistência. Uma vez ganho o coração de alguém, suas ‘razões’ ofuscam as da ‘razão” e será mais fácil convertê-lo em adepto”.
O Arcebispado adverte que “um dos recursos desta estratégia proselitista camaleônica é o uso de locais católicos (colégios, casas diocesanas ou de religiosos e religiosas de exercícios espirituais, etc.) para que as seitas celebrem suas conferências, semanas de retiro ou de convivência, etc.”.
“Se fez e segue sendo feito apesar de ser uma manipulação manifesta encaminhada a vencer a resistência inicial dos possíveis participantes e sobre tudo –se forem menores de idade– a de seus pais ou responsáveis. Estes correm o risco de concluir que seu conteúdo é compatível com a fé e moral cristãs simplesmente pelo local onde se têm”, explica.
Por este motivo, o Arcebispado burgalês comunica que “não se cederão locais de edifícios diocesanos nem de Ordens, Congregações, Institutos e movimentos eclesiais a seitas, sejam ou não de Nova Era, nem aos chamados Movimentos do Potencial Humano. Entre estes Meditação transcendental, ioga, zen, Taichi (shuan), Rei-ki, Dianética, Energia Humana e Universal, Método Silva de Controle Mental, Tensegridade, Associação Latino-americana de Desenvolvimento Humano, Fórum (antes EST), Sahaya Ioga, etc.”.
Deste modo destaca que “se não tiver conhecimento seguro da natureza da instituição” que solicita os locais, “procurar-se-á confirmar os dados essenciais (ideologia, objetivos, endereço postal, número telefônico e e-mail de suas sedes mais próximas, também da central, etc.), que permitam sua identificação e se consultará a este Vicaríato”.
Por último, indica que “embora tenha dado a autorização, se os organizadores não forem muito conhecidos, participará às sessões alguém capaz de discernir seja pessoalmente ou seja mediante a oportuna consulta”.