O Arcebispo de Khartoum (Sudão), Cardeal Gabriel Zubeir Wako, fez um pedido ao Governo de Unidade Nacional para defender e promover os direitos humanos no país africano.

Em sua intervenção durante uma oração ecumênica pela paz celebrada na segunda-feira passada na capital sudanesa, o Cardeal afirmou que seguem cometendo-se na maioria das zonas do Sudão sérias violações dos direitos humanos, inclusive depois da assinatura do Acordo Integral de Paz, reportou Sudão Rádio.

O Cardeal Zubeir assinalou como exemplo de violações de direitos humanos o deslocamento de pessoas de seus lares no norte do país.

“Quando você deixa uma pessoa em seu lugar, há paz, e quando você desagrada uma pessoa de seu lugar, começam os problemas. Isto é o que está acontecendo, e uma pessoa que não está em seu lugar, não tem alimento, nem abrigo, nem escola, nem serviços de saúde, aparecem problemas, e isto é o começo da guerra”, disse o Cardeal.

O Cardeal pediu que se respeite a cada pessoa humana, adicionando que “cada ser humano tem o direito de solidarizar-se e cuidar de nós; se nós não respeitarmos estes direitos, sempre se apresentarão os problemas”.

Finalmente pediu aos cristãos e muçulmanos no Sudão a trabalharem juntos na implementação do Acordo para obter a paz e a estabilidade no país.

Em seu último discurso aos membros do corpo diplomático credenciado ante a Santa Sé em 8 de janeiro deste ano, o Papa Bento XVI se referiu à crise que afeta o Sudão, denunciando que “o drama de Darfour continua e se estende às regiões fronteiriças de Chad e da República Centro-Africana”.

“A comunidade internacional –continuou o Santo Padre– parece impotente há quase quatro anos, apesar das iniciativas destinadas a aliviar às populações indefesas e a contribuir com uma solução política. Estes meios só poderão ser eficazes mediante uma colaboração ativa entre as Nações Unidas, a União Africana, os Governos implicados e outros protagonistas. Convido a todos a atuar com determinação: não podemos aceitar que tantos inocentes sigam sofrendo e morrendo assim”.