O deputado da Democracia Cristã (DC), Carlos Olivares, descartou enfaticamente que a partilha da pílula do dia seguinte entre os menores de idade –ainda sem o consentimento de seus pais- resolva o problema das gravidezes adolescentes ou detenha o contágio da AIDS no país.

Logo que a Presidente Michele Bachelet obrigasse por decreto a distribuição do fármaco nos consultórios do país, sem escutar a decisão do Tribunal Constitucional que falhou contra a medida, Olivares afirmou que a pílula do dia seguinte “em vez de diminuir a gravidez adolescente e a AIDS, irá aumentar” e do ponto de vista sanitário “não é nenhuma solução”.

Em entrevista com o TVN, reiterou que existem indícios para considerar o levonorgestrel –componente básico da pílula- como um abortivo.

“A convicção que me move é, em primeiro lugar, que a pílula tem um efeito abortivo. Do ponto de vista de valores eu não estou nessa posição. Mas também queria dizer que terá que tomar cuidado porque do ponto de vista sanitário, a pílula, no meu entender, não é nenhuma solução”, indicou.

Do mesmo modo, explicou que neste tema, a DC não tem “que olhar à direita para ter uma posição” pois há muitos políticos do Acordo “que estão também em uma posição muito próxima à minha. Estes são temas transversais”.

“Nos temas de valores primeiro temos que nos pôr de acordo. Se estivermos em uma coalizão política que foi bem-sucedida do ponto de vista eleitoral, mas que lhe falta ter acordos para poder avançar com mais tranqüilidade, obviamente que é um ponto de vista que temos que ver todos”, adicionou.