O vice-presidente do Foro Espanhol da Família (FEF), Benigno Blanco, exigiu à  Ministra de Sanidade, Elena Salgado, a “deter com medidas responsáveis e eficazes” o drama do aborto, que segundo cifras oficiais, em 2005 se incrementou em 7,8 por cento com relação ao ano anterior.

Segundo dados publicados pelo Ministério de Sanidade, em 2005 se realizaram mais de 91 mil abortos, aumentando 7,8 por cento com respeito a 2004  e 50 por cento em relação a 2000. “Insistir em políticas que ano após ano fracassam na tentativa de prevenir o incremento de abortos não é razoável nem sério”, advertiu.

“Fica totalmente demonstrado que facilitar mais informação sexual e maiores medidas anticoncepcionais sem incentivar e educar na responsabilidade sexual não contribui a diminuir o número de gravidezes não desejadas, em conseqüência, o índice de abortos; senão pelo contrário a aumentar ambas as cifras”, assinalou Blanco.

Nesse sentido, criticou a política de “remendo” aplicada pelos sucessivos governos nos últimos anos. “A eficácia real passa por educar na responsabilidade sexual e solucionar os problemas que induzem às mulheres com uma gravidez inesperada a ver o aborto como única via de solução, com as conseqüências psicológicas que isto acarreta”, explicou.

Recordou que o FEF impulsionou a apresentação de 17 iniciativas legislativas populares que propõem a criação de uma rede de apoio à mulher grávida que ofereça assessoramento através de um telefone 24 horas do dia, e que permitirá ajudar às mulheres a identificar e procurar soluções alternativas ao aborto.

Blanco pôs como exemplo a Austrália, cujo Governo acaba de anunciar um plano para reduzir os 100 mil abortos anuais, dando assessoria telefónica a mulheres grávidas através de uma organização independente.