O magistrado do Tribunal Constitucional da Alemanha, Winfried Kluth, afirmou durante o seminário "Questões jurídicas atuais de Bioética", que o avanço da ciência deve estar sujeito a princípios éticos e do direito.
Durante o evento, organizado pela Universidade de Navarra, o estudioso defendeu a medicina paliativa frente à eutanásia. Recordou que diante da realidade dos doentes terminais, a missão da medicina, a pesquisa e a sociedade é "diminuir os sofrimentos e ajudar as famílias".
Nesse sentido, o também Doutor de Direito Público da Universidade de Halle, criticou o pedido no Reino Unido de aplicar a eutanásia em bebês com graves anomalias.
Do mesmo modo, Kluth advertiu que fazer pesquisas com embriões é reduzir as pessoas a meros objetos, onde "sua qualidade de portadores de direitos humanos universais, como o admitimos na Alemanha, não é respeitada". A ciência, indicou, tem vários caminhos, "mas o escolhido deve estar permitido pela ética e o direito".
O magistrado alemão recordou também que existem poucos resultados positivos nas pesquisas com embriões, e que portanto, prometer a cura de doenças graves por este método "não tem um fundamento sério". "Deveria-se prestar maior atenção a trabalhos menos espetaculares que se realizam para contribuir à saúde dos seres humanos", assinalou.
A ciência e a legislação, expressou, devem tomar decisões "que se adaptem aos princípios do Direito e a moral e não se deixem levar unicamente pela idéia de avanço".
Winfried Kluth também é membro da Academia para a Ética na Medicina em Göttingen e da Sociedade Alemã de Direito Sanitário.