A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) expressou seu apoio ao Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, diante dos ataques recebidos na Catedral Metropolitana e as acusações de ocultar pederastas.

Em entrevista coletiva, Dom Miguel Alba Díaz e Dom Javier Navarro Rodríguez, bispos de La Paz e San Juan de los Lagos, respectivamente; e o Bispo Auxiliar do México, Dom Abelardo Alvarado Alcántara, manifestaram o apoio da CEM ao Cardeal.

"A CEM e a Igreja apoiamos e referendamos nosso apoio a qualquer pessoa que seja denunciada", porque "acreditamos no princípio básico da justiça de que toda pessoa é inocente enquanto não se demonstre sua culpabilidade", assinalou o Bispo de La Paz. Por isso, acrescentou, o Cardeal "é inocente das acusações que lhe fazem até que não se demonstre o contrário".

"Enquanto isso estaremos com ele e com qualquer pessoa que tenha sido acusada e exibida nos meios como um criminoso, sem sê-lo", precisaram em referência aos sacerdotes acusados por pederastas nos últimos dias.

Nesse sentido, Dom Alba Díaz criticou a atitude de fazer dos meios de comunicação e a opinião pública "juizes e verdugos das pessoas". "Nenhum cristão pode permiti-lo", assinalou.

Do mesmo modo, o Prelado se referiu aos ataques que o Cardeal recebeu durante a celebração de diversas Missas na Catedral. Disse que é "extremamente negativo" que os templos tenham que ser custodiados pela segurança pública, quando "deveriam ser espaços de reconciliação, de paz, construtores de fraternidade, onde não vamos gritar nos ordens uns contra outros".

O mesmo disse Dom Javier Navarro, quem indicou que "se um grupo político ou um setor social não está de acordo com uma declaração de um bispo ou, neste caso, com o senhor Cardeal, porque fique claro que estão em seu direito de fazer uma reclamação, mas que procurem o espaço e as palavras apropriadas", não a Catedral.

"Mostramos (ao Cardeal) esta solidariedade com nossa pública irritação diante da irrupção desses grupos", afirmou. Do mesmo modo, os bispos solicitaram aos partidos políticos "abster-se de usar os espaços sagrados para fazer denúncias públicas".