MADRI, 7 de nov de 2006 às 22:16
O Bispo Auxiliar de Madri, Dom Eugenio Romero Pose, indicou que a Doutrina Social da Igreja quer "favorecer o marco no qual a exclusão não seja a bússola orientadora da convivência, mas sim o âmbito no que todos se sintam amparados com o reconhecimento e defesa dos inalienáveis direitos humanos".Durante o discurso de encerramento da 40° Semana Social da Espanha celebrada em Toledo, o Prelado falou sobre "A harmonia fé razão como proposta de autêntica convivência social". Recordou que a Doutrina Social da Igreja tratou que entrar no coração dos problemas humanos.
Do mesmo modo, destacou que para "Bento XVI propor uma nova convivência ou outro estilo da mesma, ao igual a outro modelo de sociedade, equivale a propor uma nova cultura ou uma alternativa ou mutação cultural que impeça o aprofundamento e a derrota do humano e a fratura da sociedade".
A análise da Encíclica Deus Caritas Est "oferece-nos caminhos novos para compreender a contribuição própria e inequívoca da Doutrina Social da Igreja à superação das aporias sociais nas que se viu submerso a sociedade de nossos dias, de um modo especial a sociedade européia", assegurou o Prelado.
Segundo Dom Romero, a Doutrina Social da Igreja deve centrar seus esforços em favorecer a aproximação entre a visão laica e a perspectiva religiosa, para que sobre a base desta harmonia "possam não só se reconhecer, mas cimentar os direitos fundamentais do homem e da sociedade; e, possa-se propor com garantia, a realização dos mesmos para a superação das conflitividades sociais cada dia mais crescentes devido ao rechaço da harmonia fe/razão sem a qual não se pode estabelecer um autêntico diálogo no que se englobem todas as dimensões fundamentais do homem".
Depois de precisar que o discurso do Santo Padre na Universidade de Regensburgo é fundamental para entender a função da Doutrina Social da Igreja, o Bispo Auxiliar de Madri explicou que a Doutrina Social da Igreja "deve conceder o primado ao que aparece como indiscutível nas raízes da Europa cristã: a não ruptura da coesão interior no cosmos da razão quando não deixa de estar presente a pergunta sobre Deus e a resposta de Deus dada a sua criatura (a Revelação)".
"Pode-se deduzir das palavras de Bento XVI que é radicalmente impossível a convivência e coesão social se Deus for o grande ausente. O eclipse de Deus acarreta o eclipse do homem", acrescentou.
Portanto, "um dos mais sugestivos convites de Bento XVI como ação própria da Doutrina Social da Igreja é a defesa e revitalização das raízes cristãs como terreno fecundo e lugar onde nascerá o dinamismo da contribuição eclesiástica ao futuro de nossa sociedade". "Só assim não se produzirá a fratura entre a fé e a vida cotidiana, e unicamente deste modo a realidade da criatura pode ser curada e plenificada pela fé e a graça", acrescentou o Bispo.