No dia 24 de novembro estreará nas principais cidades espanholas o filme "O Grande Silêncio" (El Gran Silencio), um filme-documentário no qual não se pronuncia uma só palavra e que retrata a vida cotidiana de um mosteiro cartuxo em pleno século XXI.

O filme de Philip Gröning dura 162 minutos e está ambientado no mosteiro cartuxo de Grenoble, na França. Relata com imagens a vida dos monges: a oração litúrgica, a meditação, o trabalho, os cantos gregorianos, os passeios pela natureza e a vida em comunidade.

Segundo a jornalista Sara Martín do jornal La Razón, "alguém poderia pensar que este filme-documentário estava condenado a passar despercebido ao grande público, aparentemente ansioso por thrillers de ação e suspense, e pouco interessado em um filme que transborda paz e tranqüilidade pelos quatro cantos. Mas não foi assim".

"O Grande Silêncio" foi um sucesso de bilheteria na Alemanha, onde superou com acréscimo o Harry Potter, e na Itália.

Gröning começou a idealizar seu filme em 1984. Falou com a ordem monástica sobre a possibilidade de gravar o filme nesse mesmo ano, mas lhe disseram que talvez o permitiriam em "dez ou quinze anos, possivelmente".

Em 1999 chegou o momento e recebeu uma ligação do mosteiro de Grenoble nos Alpes franceses. Durante dois anos preparou a gravação e a filmagem levou seis meses. Não usou luz artificial, "nem música de fundo acrescentada, nem nenhum elemento decorativo que não estivesse já no mosteiro. Só queria gravar a realidade, e por isso viveu meio ano com os cartuxos", diz Martín.