O Bispo de Salto e Presidente da Conferência Episcopal do Uruguai, Dom Pablo Galimberti, advertiu que sem um espírito reconciliador "vai ser difícil esse reencontro que todos desejamos para o povo uruguaio".

Ao ser consultado em uma recente entrevista sobre o esclarecimento das violações aos direitos humanos durante a ditadura e a possibilidade de julgar os responsáveis, Dom Galimberti assinalou que "neste momento temos que fazer um contribuição como Igreja, mostrando um olhar que possa iluminar um horizonte mais amplo, que seja uma justiça sem vingança, que seja uma memória sem tabus".

O Bispo de Salto recordou que "os debates vão seguir, mas que haja algumas pessoas que dêem a cara ou que sejam convocados e assinaladas como responsáveis, de algum jeito, é um passo que pode favorecer a desejada paz social que o país necessita".

Consultado sobre o conflito com a Argentina pela instalação das empresas de celulose, Dom Galimberti expressou que é uma realidade "que tem lados negativos ou de confronto, mas queremos que tenha lados de cooperação, de colaboração onde todos sejamos responsáveis pelo que fazemos e conscientes de que nosso modo de expor o desenvolvimento tem repercussões para as atuais e as futuras gerações".