O jornal La Razón denunciou que uma editora católica será a encarregada de educar as "futuras gerações de muçulmanos em sua fé", com a publicação de livros de texto para a disciplina de religião islâmica que será ministrada nas escolas espanholas.

A Fundação Santa Maria, pertencente à família marianista, assumiu o projeto de publicar os textos muçulmanos através do grupo editorial SM com o apoio da União de Comunidades Islâmicas da Espanha (UCIDE). O primeiro texto, já apresentado à imprensa, intitula-se "Descobrir o Islã".

Embora o objetivo declarado pelo SM "seja favorecer o encontro intercultural e o diálogo religioso, com a integração dos valores do Islã no contexto sócio-cultural espanhol", para A Razão só se trataria de um grande negócio muçulmano.

O jornal informa que SM já anunciou que a UCIDE "venderá os livros ao preço de 14,55 euros, o mesmo que tem o livro de religião católica que editam os marianistas. O curioso é que a operação se converte em um negócio redondo para a entidade muçulmana, que recebe 15 mil livros a custo zero e obtém de sua venda um total de 218 mil e 250 euros. Desde o SM se destaca que este dinheiro será destinado a ‘financiar futuras edições’, mas o certo é que se UCIDE conseguisse vender, a esse preço, os 15 mil livros de cada um dos seis anos do projeto, obteria uma quantidade superior ao milhão trezentos mil euros", explica o jornal.

Para o jornalista Álex Navajas de La Razón, "em países como a Arábia Saudita ou Sudão, se você for pego com uma Bíblia, te aplicam a pena de morte. (...) Certamente os islamistas espanhóis não são tão fanáticos como os sauditas ou os sudaneses. Mas não se trata disso. O problema é que a SM, cuja ‘identidade está inspirada nos valores cristãos’, conforme indica seu ideário, caiu no relativismo e no sincretismo mais absoluto".

"Quer dizer, que o mesmo dá promover a fé cristã que a islâmica porque, ao final, todas as religiões valem o mesmo já que todas levam a Deus. Pois então que publiquem o Livro dos Mórmons, que vende uma barbaridade, ou que cheguem a um acordo com os Testemunhas de Jeová, que possuem um dos grupos editoriais mais fortes do mundo", argumenta Navajas.