O Cardeal Antonio Cañizares, Arcebispo de Toledo, defendeu o matrimônio e o "amor conjugal fiel e indestrutível" como aquilo que "tanto necessita esta Espanha nossa sacudida pela praga terrível do divórcio que, além disso, está tendo tão graves conseqüências em nosso país".

Na homilia pronunciada na Catedral de Toledo, o Cardeal Cañizares se referiu também ao "divórcio express" como "uma realidade muito dura que não se pode manter por mais tempo" e apelou ao matrimônio como "um bem escrito na natureza mesma do ser humano" que pertence "ao bem comum e ao patrimônio da humanidade que não se pode destruir com tanta ligeireza como se vem fazendo".

Indicou que a "indissolubilidade" pertence "à entranha do matrimônio" e recordou que, a este respeito, a palavra de Jesus Cristo "é muito clara" e "não admite dúvida nem tergiversação" pois "a exigência de fidelidade e estabilidade que a mesma razão humana descobre no matrimônio aparece na palavra de Jesus Cristo com toda claridade".

Neste sentido, o Cardeal de Toledo asseverou que o matrimônio é uma instituição estável, duradoura mas indissolúvel frente "às diversas formas atuais de dissolução do matrimônio", como as uniões livres "e até o pseudo matrimônio entre pessoas do mesmo sexo" que, conforme disse, "são expressões de uma liberdade anárquica que quer apresentar erroneamente como verdadeira libertação do homem".

"Essa pseudo liberdade se funda em uma trivialização do corpo que indevidamente inclui a trivialização do homem. apóia-se no suposto de que o homem pode fazer de si mesmo o que quiser" e por isso, acrescentou, "encontramo-nos diante de um grande desfio: apresentar, defender, viver, propiciar o evangelho da família ao que pertence a verdade do matrimônio e sua indissolubilidade".

O Cardeal Antonio Cañizares lembrou que quando homem e mulher contraem matrimônio estabelecem entre si um vínculo permanente, "e embora eles sejam livres para contrai-lo não o são para romper o vínculo que nasceu de seu mútuo consentimento".

"As coisas são assim, embora tenhamos nos acostumado, pela dureza de nosso coração, ao divórcio. A Igreja sabe que anda contra a corrente quando anuncia a indissolubilidade do vínculo matrimonial e não deveria nos estranhar que este ensinamento não seja aplicado por todos", precisou.