Ao comemorar o vigésimo aniversário da visita de João Paulo II à Austrália, o Papa Bento XVI voltou a propor os desafios lançados naquela ocasião por seu predecessor: "a fidelidade às valiosas tradições, a capacidade de adaptação de uma cultura viva e sobretudo a abertura dos corações à mensagem consoladora, purificante e elevado de Cristo".

Assim manifesta o Santo Padre em uma carta dirigida ao Presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Edward Idris Cassidy, com motivo da reunião dos bispos australianos em Alice Springs (Austrália) para comemorar de 2 a 7 de outubro a histórica visita de João Paulo II ao continente.

Na missiva publicada hoje, o Pontífice escreve que a lembrança dessa visita oferece a oportunidade para "renovar os objetivos" e "propor de novo os desafios lançados por João Paulo II".

Depois de assinalar que "toda comunidade humana necessita de líderes fortes e inspirados que guiem a outros pelo caminho da esperança", o Papa exortou os idosos das comunidades a "exercer com sabedoria a autoridade, sendo fiéis a suas tradições e mediante a expressão de sua profunda consciência de Deus, possível graças à Boa Nova de Jesus Cristo".

Deste modo pediu aos jovens "manter acesa a chama da esperança e a caminhar direitos". "Não permitam que seus sonhos sejam minados pelas vozes que propõem o uso do álcool e das drogas como promessa de felicidade. São falsas promessas que conduzem só a um círculo de miséria e dependência", advertiu.

Finalmente, Bento XVI animou os australianos a "enfrentar com compaixão e decisão as causas profundas que subjazem na grave situação que padecem ainda tantos cidadãos aborígenes".

O compromisso com a verdade abre o caminho à reconciliação duradoura mediante o processo de pedir perdão e garanti-lo, dois elementos indispensáveis para a paz", concluiu.

Em novembro de 1986 o Papa João Paulo II realizou uma viagem apostólica a Fiji, Nova Zelândia, Austrália e Seichelles.