O Vice-secretário para Assuntos Econômicos da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Fernando Giménez Barriocanal, afirmou hoje que a Igreja "não tinha intenção de ganhar mais dinheiro" mas "renunciou a muito" com o acordo feito com o Governo sobre financiamento.

"A Igreja não tinha intenção de ganhar mais dinheiro mas sim de procurar um sistema que assegurasse o que está previsto nos acordos entre a Santa Sé e o Estado. Acreditam que com este acordo todo mundo ganha", afirmou Barriocanal durante uma entrevista coletiva na Casa da Igreja. Entretanto, continuando, destacou que a Igreja "fez um esforço importante" dentro das negociações ao renunciar aos 0,8 por cento que solicitou, a isenção do Imposto ao Valor Agregado (IVA) e deixar de perceber o complemento orçamentário. "A Igreja renunciou a muito com este acordo", insistiu.

Com respeito a este tema, Giménez Barriocanal explicou que para chegar a este acordo a Conferência Episcopal pôs como base de seu cálculo os acordos Igreja-Estado, as quantidades que a Igreja pode receber até este momento, o efeito à renúncia pela isenção pelo IVA e o efeito da flutuação que pode haver com a Reforma Fiscal e a possível melhora ou queda das condições econômicas.

Sobre o IVA, precisou que a compensação econômica pela renúncia à isenção deste imposto, que estimam em milhões de euros ao ano, está incluída no aumento aos 0,7 por cento da atribuição do Imposto à Renda das Pessoas Físicas (Irpf). Do mesmo modo, acrescentou que ainda está sendo estudada a fórmula jurídica para anular esta isenção do acordo entre a Santa Sé e o Estado.

Perguntado sobre se o Episcopado controlará o trabalho de Fazenda tendo em conta que o financiamento da Igreja dependerá da declaração da renda, Giménez Barriocanal assinalou que as relações "sempre foram magníficas" mas que sim se estabelecerão sistemas de comprovação e colaboração apesar de que à Conferência Episcopal "não lhe cabe nenhuma dúvida de que o fará de maneira correta".

Por sua vez, o Secretário Geral e porta-voz do Episcopado, Pe. Juan Antonio Martínez Camino, lembrou que a Igreja "não faz cálculos políticos" e que trata de chegar a acordos com "o governo seja ele de qualquer cor".