Duas autoridades da União Européia pediram aos países membros desta comunidade expressar um claro apoio ao Papa Bento XVI e a liberdade de expressão, frente às violentas reações de um amplo setor do mundo islâmico a um interpretado mal discurso do Pontífice.

Um dos 14 vice-presidentes da Eurocâmara, Mario Mauro, enviou aos 732 parlamentares a íntegra do discurso papal na Universidade de Ratisbona em alemão, inglês, francês e espanhol, junto a uma nota de imprensa.

A intenção do líder italiano é que "ninguém use uma má interpretação (das palavras do Papa) no futuro e que o Parlamento Europeu expresse sua posição clara apoiando a liberdade de expressão".

Mauro explica na nota de imprensa que "o Papa, com seu discurso, pediu simplesmente diálogo. Evidentemente foi interpretado mal por uma parte do mundo islâmico e também por parte dos meios de comunicação, que não souberam entender o pensamento real do Santo Padre".

Por sua vez, o delegado europeu de Justiça, Liberdade e Segurança, Franco Frattini, considerou que “a ameaça ao Papa não é só uma ameaça ao Vaticano, ao território italiano e ao cristianismo, é uma ameaça contra toda a humanidade”.

Em coletiva de imprensa em Tampere durante o conselho informal de Ministros de Justiça e Interior da UE, Frattini explicou que o Papa simboliza não só uma religião mas também uma mensagem de tolerância e respeito recíproco". Europa, para o delegado, deve estar unida "na defesa desta mensagem de tolerância".

Não é "aceitável" que a mensagem do Papa se interpretou mal" e tenha desatado reações violentas nem que "uma maioria de muçulmanos seja refém de uma minoria", indicou.