A comunidade ecumênica de Taizé (França) esclareceu através de um comunicado que seu fundador, o falecido irmão Roger Schutz, entrou “de modo progressivo em uma plena ’comunhão’ com a fé da Igreja Católica sem uma ‘conversão’ que tivesse comprometido uma ruptura com suas orígens” protestantes.

O comunicado desmente assim a tese de conversão ao catolicismo do irmão propagada por um meio francês baseado em informações difundidas em uma folha informativa “vinculada a correntes tradicionalistas”, informações que “deformam seu itinerário real e atacam sua memória”.

O texto, com data de 6 de setembro, assinala deste modo que o Bispo Emérito de Autun, Dom Raymond Seguy, matizou suas declarações dadas ao vespertino Le Monde, precisando, esta vez à agência AFP, não ter afirmado que o irmão Roger “tinha abjurado ao protestantismo, mas sim tinha manifestado que aderia plenamente à fé católica”.

“De origem protestante, o irmão Roger, levou a cabo um caminho que não há

tido precedentes da Reforma: entrar de modo progressivo em uma plena ’comunhão’ com a fé da Igreja Católica sem uma ‘conversão’ que tivesse comprometido uma ruptura com suas orígens”, precisa o comunicado de Taizé.

A respeito da vez que o irmão recebeu em 1972 a comunhão do então bispo do Autun, Dom LeBourgeois, a comunidade esclarece que se fez “sem lhe pedir nenhuma outra profissão de fé que o Credo que se recita durante a Eucaristia, e comum a todos os cristãos”, e sustenta que falar aqui de ‘conversão’ “é não entender a originalidade do que o irmão Roger procurou”.

Depois de rechaçar de plano que o itinerário do irmão Roger tenha tido algo de “oculto”, a nota indica que seu caminho “não foi compreendido por todos mas foi acolhido por muitos” como o Papa João Paulo II, bispos e teólogos católicos,  além de responsáveis pelas Igrejas protestantes e ortodoxas.

”Aqueles que querem a qualquer preço que as confissões cristãs encontrem cada uma a sua identidade opondo umas às outras, não podem é obvio entender o caminho do irmão Roger. Era um homem de comunhão e é isto que, para alguns, é difícil de compreender”, conclui o comunicado.