A filial no México da transnacional abortista IPAS arremeteu contra o governo nacional exigindo que obedeça às "recomendações" do polêmico Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher das Nações Unidas (CEDAW), para legalizar o aborto no país.

O CEDAW é o organismo criado pela ONU para verificar a eliminação de toda forma de discriminação da mulher. Sua autoridade foi livremente ratificada por cada nação. Devido à inclinação marcadamente abortista e feminista do organismo, numerosas organizações pró-vida pressionaram para que suas respectivas nações se abstenham de ratificar o protocolo, que daria ao CEDAW ingerência na política interna.

Cada país que assinou e ratificou a Convenção deve informar a cada quatro anos a respeito de seus avanços para garantir os direitos das mulheres. Um destes direitos, para a CEDAW, seria o aborto legal.

Fernanda Díaz de León, representante do IPAS no México, ofereceu uma entrevista coletiva para fazer eco do pedido do "comitê de especialistas" da CEDAW reunido em Nova Iorque no passado 17 de agosto. Este comitê manifestou sua "preocupação" pelo caso omisso do governo aos pedidos de legalizar o aborto.

"Os grupos da sociedade civil podem ressaltar os aspectos que os governos não querem tratar ou assinalar os pontos que os governos devem abordar. o IPAS e GIRE redigiram a versão preliminar do capítulo do relatório sobre o acesso aos serviços de aborto, e esta foi uma ferramenta muito importante para permitir aos especialistas do comitê determinar se o governo mexicano conseguiu avançar na melhoria do acesso ao aborto legal e seguro", indicou.

A representante do IPAS insistiu em que o governo deve "eliminar a discriminação das mulheres" e criar estratégias de provisão de serviços de aborto legal e métodos anticoncepcionais que, além disso, inclua a chamada "anticoncepção de emergência" segundo a recomendação do CEDAW.

"Exigimos que o governo em todos seus âmbitos, siga estas recomendações e as assuma com prioridade no desenvolvimento de programas e políticas públicas, na destinação de recursos públicos e no projeto das reformas de lei convenientes", assinalou Díaz de León.

O IPAS do México é aliado do grupo abortista Católicas pelo Direito a Decidir e GIRE (Grupo de Informação em Reprodução Escolhida).

Conforme denunciou Adolfo Castañeda, diretor de Programas Educativos de Vida Humana Internacional, IPAS –cujas siglas em inglês significam International Projects Assistance Services– "é uma organização que promove a legalização do aborto, inclusive entre os adolescentes. Esta promoção se realiza no mundo todo, particularmente na América Latina. O propósito da atividade parece ser estender seu mercado de venda de instrumentos para praticar o aborto, instrumentos que são altamente perigosos para a saúde das mulheres".