Um olhada na universidade aonde ditará conferência o Papa

RATISBONNE, 12 de set de 2006 às 08:17

A Universidade de Regensburg exibe como é usual, a relação de exposições programadas para o ano 2006. Na lista aparece com orgulho a conferência que ditará seu ex-catedrático e agora professor honorário, o Papa Bento XVI, como parte de sua visita a Bavária.

Entre 1969 e 1977 Joseph Ratzinger foi professor de dogmática e história do dogma na Universidade de Regensburg. Depois de muitos anos, oferecerá novamente uma conferência, dessa vez sobre a contribuição da teologia católica ao mundo da ciência.

O organizador da visita do Papa à universidade é Jörg Wiesner. "Todos os consertos já foram previstos", assinalou Wiesner, quem conheceu o Papa durante suas épocas de professor. Embora se confessa protestante, assegura que admira a Bento XVI desde suas épocas de Pró-reitor, especialmente pelo seu "jeito singelo e calmo" e pela "racionalidade com a qual chega sempre a um resultado e conclusão".

Por sua parte, o professor de teologia Pe. Wolfgang Beinert, quem trabalhou como assistente do Professor Ratzinger na Universidade de Regensburg, e posteriormente assumiu a cadeira de dogmática, conhece o Papa inclusive desde seu tempo em Tübingen. "Recebi dele minha habilitação, e concelebrava todas as manhãs com ele na residência dos estudantes", lembra.

Também conhece o Papa pelo seu brilhante espírito. "As salas de suas aulas estavam sempre lotadas –recorda o sacerdote hoje com 73 anos– e apesar disso sempre tratou com dedicação a todos os diplomados do mundo inteiro que assumia como assessor. Quando enfrentavam fases de depressão, ajudava-os a superá-la animando-os e consolando-os, pois uma vez que assumia a alguém se preocupava inclusive pelo desempenho acadêmico posterior dessa pessoa. Até hoje o Papa se encontra anualmente com seus antigos alunos".

Outro dos antigos colegas do Papa é o Professor Dieter Heinrich, quem fora Reitor da universidade durante o último ano que Bento XVI trabalhou nela, ocupando a vice-reitoria. Heinrich recorda suas conversações com o Professor Ratzinger com grande exatidão. Recorda que embora o Santo Padre não era de falar muito, quando tomava a palavra, acabava as discussões levando-as até porto seguro. "Tem a capacidade de ir à medula dos assuntos de maneira precisa".