A Conferência Episcopal Colombiana saiu em defesa de uma menina de 11 anos de idade que ficou grávida em uma violação e que em qualquer momento seria submetida a um aborto a pedido de seus familiares. Os bispos lamentaram o excessivo afã de médicos e autoridades de apresentar o aborto como única solução para seu drama e a paradoxal falta de interesse em que o culpado da violação seja castigado.

Em um comunicado oficial publicado hoje, os bispos se referiram ao caso da menor, vítima de seu padrasto que abusou dela durante quatro anos. Nos últimos dias, esta história é o centro da atenção nacional.

"Não se justifica, sob nenhum ponto de vista, o excessivo afã e interesse de alguns meios de comunicação e das autoridades de pedir e apontar o aborto como única solução possível para um caso como este. Descartaram olimpicamente possibilidades muito mais humanas e mais de acordo com a condição de uma menor de idade", afirma o documento, assinado pelo Presidente do Episcopado, Dom Luis Augusto Castro, e o Secretário Geral, Dom Fabián Marulanda.

Do mesmo modo, os bispos esclarecem que "a própria Corte Constitucional, excedendo-se em suas atribuições, pediu e exigiu que se opte pelo aborto, apenas pelo fato de que já foi legalizado em casos de violação".

Neste sentido, esclarecem que "a sentença proferida pela Corte Constitucional legalizou o aborto em três casos específicos, entre eles quando a gravidez é fruto de uma violação. Mas esta lei não estabelece nenhuma obrigação de abortar nem desconhece o artigo 18 de nossa Constituição que garante a liberdade de consciência e estabelece que ninguém será obrigado a atuar contra ela".

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"Não vimos o mesmo zelo nem o mesmo interesse em reclamar o castigo exemplar para o violador e para as pessoas que, conhecendo o caso, não o denunciaram oportunamente às autoridades", acrescentam e precisam que "dói pensar que uma menina de onze anos tenha que ser submetida à prática de um aborto: tanto quanto submetê-la a uma nova violação".

Também reconheceram "o valor dos médicos que invocando a objeção de consciência se recusaram inicialmente a praticar o aborto e reclamaram a regulamentação que deve acompanhar a sentença da Corte constitucional".

Nas últimas horas a Procuradoria e a Corte Constitucional se pronunciou a favor de aceitar o pedido da família. As autoridades de saúde do Distrito e as diretivas do hospital Simón Bolívar decidiram que praticarão o aborto e embora não tenham indicado a data para o procedimento, estima-se que este é iminente.

Em declarações à imprensa, Dom Marulanda lamentou a "pressão indevida" de vários estratos da sociedade contra a menina. "Existe uma mentalidade em favor do aborto que busca que as mulheres que não estão em condições, simplesmente abortem", indicou o Prelado e lembrou que a adoção sempre é uma alternativa ao aborto.