O Bispo Auxiliar do Santiago, Dom Ricardo Ezzati, recomendou ao coordenador do Conselho Assessor Presidencial em matéria de Educação, Carlos Peña, ler o documento "Educação, família e pluralismo" da Conferência Episcopal Chilena (CECH) antes de fazer críticas sem fundamento.

Na entrevista com o jornal El Mercúrio, o Prelado desmentiu as afirmações de Peña, que há alguns dias criticou supostos temores da Igreja em temas como liberdade de ensino e controle da qualidade educacional.

"Como bispo da Igreja Católica e membro do Conselho Assessor Presidencial, manifesto minha total rejeição aos conceitos emitidos pelo senhor Peña. Suas afirmações lhe permitem pontificar acima do bem e do mal, julgar levianamente as opiniões que não concordam com as suas e, no caso concreto, pronunciar-se com levianidade a respeito da Declaração do Comitê Permanente do Episcopado Chileno", afirmou.

Dom Ezzati disse que o interesse da CECH em participar do debate sobre a educação, radica na certeza de que ela "é uma ferramenta fundamental para diminuir as brechas sociais existentes no país". Reafirmou que "todos os chilenos, por possuir a dignidade de pessoa, têm o direito inalienável a uma educação de qualidade".

"Interessou-me e me interessa, sem dúvida, defender o valor da liberdade de educação e de ensino, como direito que reside em cada pessoa, e no caso de menores, em seus pais e família. Direito de escolher a educação que estes querem para si e para seus filhos", indicou.

Sobre as afirmações de Peña, o Prelado disse que "o que se esperaria encontrar em um acadêmico é um juízo informado e objetivo, juízo que, pelo conteúdo de suas declarações, evidencia o desconhecimento do texto episcopal". Destacou que "a ampla aceitação pública" do documento "dá conta da profundidade e convergência das colocações aí expostas". Dom Ezzati pediu não construir o debate educacional sobre "afirmações desqualificadas".

Em outra parte da entrevista, o Bispo Auxiliar defendeu a participação de representantes estudantis, universitários e secundários, que têm agido "de forma responsável e madura; manifestaram suas opiniões em forma respeitosa e plural, sustentando suas afirmações em fundamentos respeitáveis. Tenho a melhor opinião de sua participação".